ABAMAT EM RESTAURAÇÃO HÁ TRÊS MESES E A SER CONTESTADA

Inspecções a viaturas com regulamento em ‘stand by’

AUTOMÓVEIS. A Abamat foi inaugurada pelo Presidente da República há dois anos e destinava-se à manutenção e inspecção obrigatória de viaturas. Mas está parada e sob polémica. O regulamento das inspecções está no Ministério do Interior à espera de melhores dias.

Inaugurado em 2014 pelo Presidente da República, o Centro de Oficina e Armazém Central de Peças de Viana e simultaneamente Centro de Inspecção Automóvel, Abamat, está há três meses sem funcionar. As viaturas que se encontram nas instalações estão a ser removidas por causa de um processo de reestruturação que tem como principal foco mudar a gestão das oficinas, informou um alto funcionário da empresa ao VALOR.

A oficina custou cerca de quatro milhões de dólares aos cofres ao Estado, e tem capacidade para atender 20 viaturas ligeiras e pesadas por dia. A Abamat foi equipada com material de ponta, como máquinas para alinhamento de direcção, laboratório, instrumentos para a pintura, entre outros serviços.

A nova gestão vai manter a direcção actual e os funcionários. Desde Maio, que a empresa tem solicitado aos proprietários que recuperem as viaturas que ali se encontram. No entanto, o empreendimento cumpre com os objectivos para que foi criado: a manutenção e a inspecção de automóveis. Quem o garante é responsável da empresa. “Há casos em que o cliente já vem com a viatura a partir da viação e trânsito. Há vezes em que os carros vêm para aqui com alguém da fiscalização da viação e trânsito.”

A Abamat faz parte de uma rede de oficinas que, além de garantir a assistência técnica a veículos e a venda de acessórios, surgiu para dar resposta ao regulamento dos centros de inspecção, aprovado em 2010 e que obriga a inspecção periódica de viaturas, cujo dossiê aguarda por desenvolvimentos no Ministério do Interior.

ABAMAT POLÉMICA

Contrariamente ao que foi declarado pelo alto funcionário, a directora geral do Instituto Nacional dos Transportes Rodoviários, Noélia Costa, garante que a Abamat “não é um centro de inspecções”, mas somente “uma oficina adstrita ao Ministério dos Transportes”. Já foram erguidas infra-estruturas semelhantes em Benguela e no Huambo. Noélia Costa fez questão de sublinhar que quem declara a Abamat como um centro de inspecções de viaturas “deve estar mal informado”. “O informante está a confundir”, reforça, em declarações ao VE. Confrontado com estas afirmações, o funcionário da empresa reafirma que a empresa faz inspecções, apesar de não terem muitos pedidos. “Abamat fazia, até há três meses, a inspecção de viaturas”, insiste.

Ainda de acordo com aquele responsável, as inspecções baseavam-se na confirmação de parâmetros do fabricante, na verificação do sistema de ‘airbag’, chaparia, funcionamento do motor, qualidade do óleo, verificação de pneus, entre outros pontos.

O preço cobrado pela Abamat era de 10 mil kwanzas por inspecção tanto para ligeiros como para pesados e para a reinspecção.

No entanto, o regulamento prevê preços diferentes para a inspecção de veículos ligeiros e pesados. Segundo o regulamento, os preços estão tabelados a 2.750 kwanzas para ligeiros, reboques e semi-reboques, 4.100 kwanzas para os pesados, mil para reinspecções e 275 para a emissão de segunda via da ficha de inspecção.