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CASO ACIDENTE DO AVIÃO DA AIR GUICANGO

Instituto Nacional de Aviação Civil sob inquérito

INVESTIGAÇÃO. Voos da Air Guicango estão suspensos na sequência da queda de um dos seus aviões, a 12 de Outubro, na Lunda-Norte, enquanto regulador do sector se encontra sob investigação do Ministério dos Transportes.

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O Instituto Nacional de Aviação Civil (INAVIC) está sob inquérito do Ministério dos Transportes, na sequência da queda do avião da Air Guicango, ocorrido a 12 de Outubro, minutos depois de descolar do aeroporto da Lunda-Norte em direcção a Luanda.

A investigação, conduzida pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos (GPIAA), afecto àquele ministério, pretende apurar se o regulador da aviação civil tem actualizadas as inspecções à Air Guicango, segundo fontes do VALOR ligadas ao INAVIC, que também garantiram não terem sido problemas técnicos que provocaram o despenhamento do aparelho. Além do INAVIC, a proprietária do avião, a companhia privada Air Guicango, também se encontra sob investigação do GPIAA.

Se forem comprovadas negligências por parte de as ambas instituições inquiridas, poderão ser aplicadas sanções, como a suspensão de voos e a orientação de reestruturação da empresa, se for o caso, por exemplo, da operadora aérea.

Aliás, enquanto ocorre o inquérito, a Air Guicango está proibida provisoriamente de levantar voos. No entanto, o director do GPIAA, Luís Solo, avançou já a possibilidade de o avião ter sido atingido por descargas eléctricas atmosféricas, que terão provocado incêndio num dos motores.

O acidente aéreo vitimou os setes ocupantes, sendo três tripulantes angolanos e quatro passageiros estrangeiros (quatro sul-africanos e um português). A Air Guicango é uma empresa certificada para operações comerciais não regulares.

Entretanto, a investigação sobre o INAVIC e a Air Guicango ocorre numa altura em que uma outra companhia doméstica, a Air 26, se encontra, há mais de um ano, proibida de voar pelo facto de o regulador ter detectado irregularidades que põem em causa questões de segurança.

Orientada a reestruturar a empresa, a direcção da Air 26 submeteu, em Agosto, ao regulador de aviação comercial angolana documentos com informações sobre o ponto de situação da reforma.

No entanto, este relatório, que se encontra em apreciação dos peritos do INAVIC, espelha apenas parte das orientações já realizadas, pelo que não dá ainda o direito do levantamento da suspensão de voos.