BANCA. Facilitadores garantem crédito salário em pouco tempo, com a exigência de entre 10 e 15% aos interessados que são repartidos alegadamente com funcionários. Banco responde que implementou um programa de Governação e de Controlo Interno e assegura que eventuais desvios serão punidos. Ao mesmo tempo, apela os clientes a denunciarem.

Denúncias chegadas à redacção do Valor Económico dão conta da existência de uma rede de facilitadores espalhados em agências que, através de esquemas de corrupção, facilitam o desbloqueio de créditos no BPC, particularmente o ‘crédito salário’, com o alegado envolvimento de funcionários do banco.

Justificado com a “morosidade e a burocracia” que se passou a verificar no acesso ao serviço, o esquema, segundo testemunhos, já leva alguns anos e, genericamente, passa pela facilitação do crédito em pouco tempo, com a obrigação de o beneficiário oferecer a contrapartida de entre 10 e 15% que são repartidos entre os facilitadores e funcionários do banco. “Entretanto, o dinheiro pela facilidade só é entregue quando o banco informa que o crédito já foi formalizado. Além da comunicação do banco, os intermediários informam aos clientes através da lista a que têm acesso”, explica um facilitador que se identifica como responsável da rede e que identifica apenas por Pedro, ao mesmo tempo que enumera os documentos exigidos aos interessados: cópia do bilhete de identidade, cartão de contribuinte e declaração de efectividade, que, posteriormente, são entregues a funcionários “que nunca dão a cara”.

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