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CONTAS NACIONAIS APRESENTADAS PELO INE

Investimentos em Angola caem 26,21% em 2016

ESTATÍSTICAS. Resistência e atrasos na entrega de informação por parte das instituições estão entre as principais dificuldades enfrentadas pelo INE no processo de produção de estatística. taxa de investimento em Angola caiu em 2016 para 26,21%, depois de ter registado um aumento de 27,48% em 2014 e 28,21% em 2015 em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), segundo o relatório de Contas Nacionais Anuais, publicadas pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

Camilo Ceitasdirector geral do instituto nacional de estatisticas201607220524

Apresentado recentemente em Luanda, o relatório mostra dados definitivos das Contas Nacionais Anuais, referentes ao período 2009-2016, apontando 2009 como o ano que registou a maior taxa de investimento (42,79%).

De acordo com o documento, as despesas de consumo das famílias registam um aumento. Em 2014, por exemplo, as famílias tiveram despesas de consumo de 6,3 mil milhões de kwanzas, tendo em 2015 registado um aumento de 988,5 milhões de kwanzas para 7,3 mil milhões de kwanzas. Em 2016, a subida cifrou-se em 1,9 mil milhões de kwanzas para 9,2 mil milhões de kwanzas.

As despesas de consumo da administração pública também registaram aumentos entre 2009 e 2016, tendo, no entanto, uma quebra em 2015 (2,2 mil milhões de kwanzas) em relação a 2014 em que se fixou em 2,5 mil milhões de kwanzas. Em 2016, a despesa de consumo da administração regista uma ligeira subida, mas mantém-se nos 2,2 mil milhões de kwanzas.

Já na óptica do rendimento, a remuneração dos empregados fixou-se na ordem dos três mil milhões de kwanzas em 2014. No ano seguinte, ficou nos 3,5 mil milhões de kwanzas, enquanto em 2016, o valor subiu para 3,9 mil milhões de kwanzas. No relatório de Contas Anuais 2009/2016, o INE conclui que, no período em referência, o peso das remunerações no PIB teve tendências decrescentes, com maior percentagem em 2009, com 28,71%.

O crescimento económico de Angola teve uma desaceleração entre 2013 a 2015, tendo caído para terreno negativo em 2016, ao registar -2,58%. De 2013 a 2015, a economia angolana registou um crescimento de 4,5%, 4,8% e 0,94%, respectivamente.

O peso da poupança bruta, no PIB, registou uma tendência crescente até 2011, período em que se registou a maior percentagem com 37,9%, diminuindo a sua participação a partir de 2012. No período em análise, o país registou uma capacidade de financiamento, com tendência crescente entre 2010 e 2012, decrescendo em 2013 e 2014, para 5,86% e 2,31, respectivamente, havendo necessidade de financiamento em 2015 e 2016.

O período de 2003/2016 registou um crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB), na ordem de 8,54%, com pico em 2012. A variação real do PIB, em 2016, foi de -2,58% e o PIB, ‘per capita’, decresceu de -2,01%, em 2015, para -5,49 em 2016.

Na participação das actividades na composição do PIB, em 2016, destacam-se os sectores da extracção e refinação do petróleo e bruto e gás natural, que constituiu 21,20%, seguido do comércio com 16,65%, a construção, com 13,98%, a administração pública, defesa e Segurança Social com 10,77 cada.

Durante a apresentação, o director do INE, Camilo Ceita, lamentou que a resistência e atraso na disponibilização dos dados por parte das instituições (fontes de informação) continuam a figurar entre as principais dificuldades enfrentadas pelo instituto na produção de informação estatística.

Camilo Ceita afirmou ainda que a escassez de mão-de-obra especializada é também uma dos principais problemas que afecta o INE. O director anunciou que está a ser preparada uma escola de formação, especializada em estatísticas.