Isabel dos Santos reclama 322 milhões USD à Unitel
A empresária Isabel dos Santos garante que “nunca houve transferências injustificadas da Unitel para a Vidatel Ltd ou para as suas contas pessoais” e sublinha ser a operadora quem deve cerca de 322 milhões de dólares, resultantes de um acordo de provimento de 2014.
A empresária reage a notícias que dão conta de alegadas transferências ilícitas da conta da operadora móvel para benefício próprio no período em que liderou a empresa. “É completamente falso. As únicas transferências são relativas a dividendos, autorizados pela assembleia-geral dos accionistas, e a salários”, garante Isabel dos Santos, precisamente no dia em que decorreu a assembleia-geral da empresa que, entre outros assuntos, terá abordado a auditoria forense à gestão dos últimos 10 anos.
“Nas contas referentes a 2016 consta que o valor registado no accionista Vidatel, além dos dividendos em dívidas que transitam de 2015, incluem o valor de 322 milhões que resultam do término em 2016, que é ainda referente ao acordo de suprimento efectuado entre a empresa e o accionista em 2014”, precisa a empresária.
Isabel dos Santos acrescenta que “a existência dessas dívidas se deve a razões unicamente imputáveis à Unitel”, visto que a operadora “indevidamente não procedeu ao pagamento” da dívida “registada nas contas auditadas e reconhecidas pela assembleia geral dos accionistas durante vários anos”.
Ao abrigo da lei e do acordo parassocial, Isabel dos Santos nota que a Vidatel requer um processo de aferição e reconciliação de contas detalhadas com a Unitel. “Para este efeito, a Unitel deve fornecer todas as informações necessárias e ou convenientes à Vidatel, nomeadamente estratos bancários e board rolls de transferências efectuadas pela Unitel à Vidatel.”
Notícias divulgadas no último final de semana davam conta que as autoridades judiciais portuguesas estarão no rasto do circuito de offshores e alegados “testas de ferro” da empresária que terão levado 573 milhões de euros da Unitel para Portugal.
A Vidatel é accionista da operadora móvel, detendo 25%, igual participação que detinham todos os fundadores da operadora (PT Venturs, Sonangol e Geni). No entanto, desde Janeiro, a Sonangol passou a deter 50% da sociedade com a aquisição da PT Venturs à brasileira Oi.
JLo do lado errado da história