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Depois de 14 anos

Isaías Samakuva deixa liderança da UNITA

O presidente UNITA, Isaías Samakuva, afirmou hoje (27) que pretende abandonar a liderança do maior partido da oposição, colocando o seu lugar à disposição no arranque de um novo ciclo político em Angola.

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"Afirmei aos angolanos, antes e durante a campanha eleitoral, que, depois das eleições, deixaria o cargo de presidente da UNITA para servir o partido numa posição diferente [concorria a Presidente da República]. Mantenho e reafirmo esta decisão", disse hoje Isaías Samakuva, na abertura da quarta reunião ordinária da Comissão Política do Comité Permanente da UNITA, que decorre em Viana, Luanda. Isaías Samakuva foi eleito presidente do partido em 2003, na sequência da morte, em combate, no ano anterior, do líder e fundador da UNITA, Jonas Savimbi.

Na terça-feira (26), João Lourenço foi empossado como terceiro Presidente da República de Angola, após a vitória (com 61%) do MPLA nas eleições gerais de 23 de Agosto, sucedendo a José Eduardo dos Santos, que esteve 38 anos no poder. Para o líder da UNITA, o segundo mais votado nas eleições gerais, que viu o número de deputados eleitos quase duplicar, para 51, "é chegado o momento de se desencadear um novo processo conducente à materialização da sua decisão", propondo, por isso, a realização de um congresso extraordinário.

"Esta reunião deverá hoje proceder à definição da data em que a Comissão Política do Partido vai reunir, para que, além de analisar o relatório da campanha eleitoral, possa também, nos termos dos estatutos, ser ouvida quanto à realização de um congresso extraordinário para a eleição do novo presidente do partido", observou.

O líder do ‘galo negro considerou ainda, na sua intervenção, que os angolanos conferiram à UNITA novas responsabilidades, muito mais abrangente do que os números eleitorais parecem transmitir - o partido contesta os resultados oficiais divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral -, Samakuva afirmou que o partido se tornou “um património nacional depositário fiel das aspirações de liberdade e dignidade dos angolanos".

"O nosso partido está e vai estar à altura desta confiança, vamos, por isso, assumir as nossas responsabilidades e continuar a servir o povo, ao lado do povo e ao serviço do povo", concluiu.