João Lourenço volta a ‘recuperar’ Odebrecht e entrega obra no valor de 1,1 mil milhões de dólares
O Presidente da República voltou a confiar na Odebrecht, a empresa de origem brasileira e que esteve envolvida num dos maiores escândalos mundiais de corrupção, entregando-lhe a concepção e construção do troço Luena-Saurimo dos Caminhos de Ferro de Benguela por 1,1 mil milhões de dólares.
Depois de ter rebentado o escândalo com a denúncia de casos de corrupção no Brasil, que até envolveu ministros brasileiros, é a terceira vez que João Lourenço entrega obras à Odebrecht, desde 2021.
No primeiro trimestre de 2021, a construtora brasileira ficou responsável pela construção da refinaria de Cabinda por 920 milhões de dólares. A refinaria terá capacidade para produzir 60 mil barris/dia. Em Setembro do mesmo ano, a empresa foi contemplada com as obras do terminal oceânico da Barra do Dande, com um contrato estimado em 548 milhões de dólares. Para esta obra no terminal, a Odebrecht substituiu uma empresa ligada à empresária Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos.
O ‘resgate’ de João Lourenço da empresa brasileira surgiu alguns anos depois de ter rebentado o caso de corrupção e depois da empresa ter admitido o suborno de altas entidades ligadas a vários países pelo mundo. De acordo com o despacho de João Lourenço, os Caminhos de Ferro de Benguela constituem “um importante eixo ferroviário de ligação entre o litoral e o interior”.
Em Angola, segundo a imprensa brasileira, a Odebrecht chegou a admitir ter feito pagamentos de 50 milhões de dólares a altas entidades.
A Odebrecht em Angola tem a sua assinatura em várias obras importantes. Depois da ‘era’ José Eduardo dos Santos e do escândalo de corrupção em que esteve envolvida, a empresa esteve alguns anos sem ser contemplada com obras em Angola.
A concepção e construção do troço Luena-Saurimo, dos Caminho de Ferro de Benguela, com 260 km , será realizada pelo consórcio de construtoras, que juntou a Odebrecht e a portuguesa Bento Pedroso Construções (esta última também foi comprada pela Odebrecht).
Em 2019, a Odebrecht efectuou mudanças na marca da empresa para afastar a má imagem até então criada. A Odebrecht Engenharia & Construção adoptou a sigla OEC e abandonou a cor vermelha.
A mudança foi anunciada em 2017, em meio ao abalo provocado pelo escândalo de corrupção em que a empresa esteve envolvida.
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