Microcrédito. Total de financiamento concedido representa desembolsos mensais médios de 900 milhões de kwanzas. Sociedade conta com carteira de 5,8 mil milhões de kwanzas e 18 mil clientes, com a taxa de recuperação a cifrar-se nos 95%. Empresa não escapou à crise e viu-se forçada a encerrar uma agência em Luanda e outra em Benguela.

Desde a sua fundação em 2005, a Kixicrédito já concedeu 2.491.667 de créditos, num valor total de aproximadamente 630 milhões de dólares.

Os números representam uma média de desembolso mensal de cerca de 900 milhões de kwanzas.

Com uma carteira de 5,8 mil milhões de kwanzas e 18 mil clientes activos, a sociedade estima em cerca de 95% a taxa de recuperação do crédito, na voz do seu responsável para a Administração e Marketing. Hélder Catombela lamenta, no entanto, haver um défice "muito grande" de informação de todo o mercado sobre estes dados de outras instituições financeiras. "Infelizmente, o país ainda não chegou a um nível em que todo o mundo reporta a informação para avaliar, mas a nossa é das mais altas, o que significa que, em todo o kwanza que nós colocamos na rua, 95% volta", revela.

A sociedade de microcrédito conta com 26 agências em todas as províncias, excepto na Lunda-Norte, onde os clientes são atendidos na agência de Saurimo, na Lunda-Sul.

Com taxas de juro entre os 2,5 e os 7%, a empresa tem disponíveis quatro categorias. A primeira e mais antiga, a Kixi Negócio, destina-se a  financiar negócios já existentes. E, entre os critério de adesão, exige um negócio a funcionar há mais de 12 meses, tendo como valor mínimo disponível 500 mil kwanzas e máximo de 3 milhões de kwanzas. Pode ser devolvido em entre 12 e 24 meses.

Segue-se o Kixi Valor, uma solução criada no período de confinamento para incentivar as pessoas a terem uma fonte de rendimento alternativa. Destina-se apenas a pessoas empregadas. “Sentimos que, durante a pandemia, muitos que tinham as fontes de rendimento fechadas passaram muito mal, criámos esta alternativa para abrir um negócio e garantir uma segunda fonte de rendimento e temos como garantia o salári o”, assegura Hélder Catombela.

Outros produtos são o Kixi Empresa, destinado a apoiar as pequenas e médias empresas, com valores a partir de três milhões até sete milhões de kwanzas. Já o Kixi Agro-Pesca é dirigido à produção agrícola e à cadeia de pescas, incluindo quem vende fertilizantes e material, quem prepara o terreno e a plantação e todos os que estão na linha do Facra, com valores que variam de 500 mil a 7 milhões de kwanzas.

Além destas categorias, ainda há um mais específico, o Kixi Casa, que tem como alvo apenas os habitantentes do Huambo, com rendimentos baixos para casa própria. Para este produto, o reembolso mensal varia entre os 23 mil e os 30 mil kwanzas.

DUAS AGÊNCIAS ENCERRADAS

Para Hélder Catombela, a empresa não foi apenas desafiada pela pandemia, lembrando que o problema financeiro não teve início com o surgimento da covid-19. O responsável da Kixicrédito entende, aliás, que os últimos  anos foram “bastante apertados” para os angolanos em geral, visto que houve uma "desvalorização exorbitante" da moeda assim como as altas taxas de inflação. Constrangimentos que levaram a sociedade a  encerrar duas agências, no caso, a do Lobito (Benguela) e a da Mabor, em Luanda. "Descontinuaram também o crédito solidário, que era destinado a apoiar a camada mais baixa, que contava com aproximadamente 15 mil clientes beneficiários que deviam entre 50 e 150 mil kwanzas, sem garantias", confere.

A empresa começou como programa SLP da DW nos anos 1990 e veio a transformar-se em sociedade de crédito em 2005 e licenciada pelo BNA em 2008.