Kwanza-Norte “no esquecimento”
INDÚSTRIA. Presidente da Associação dos Empresários do Kwanza-Norte queixa-se de uma “província esquecida”, mas com várias potencialidades à espera de investimentos.
O investimento estrangeiro em Angola “deve mudar de paradigma. Não deve ser de repatriamento de capitais, mas de imigração, em que o investidor, na qualidade de imigrante, poderá enviar parte dos lucros para o país de origem, sendo que a outra metade terá de reinvestir no país”. A tese é do presidente da Associação dos Empresários do Kwanza-Norte, Luís Nicásio, que justifica a sua posição com a necessidade do reforço de investimentos em áreas-chave, no âmbito do processo de diversificação económica. Para o responsável associativo, o cenário de diversificação “abre portas” para a atracção de mais investimento dirigido sobretudo à agricultura, na província, mas elege outras potencialidades do Kwanza-Norte, que, entretanto, “pouco ou nada recebe de investimentos, como o agronegócio, a mineração, a exploração de madeira e o turismo. “Parece ser uma província pouco apetecível, na verdade uma província esquecida”, caracteriza Nicásio, lembrando que, dos raros investimentos que o Kwanza-Norte recebeu, se destaca o matadouro no planalto da Camabatela.
O projecto foi erguido no âmbito do programa ‘Angola Investe’, entretanto, depois de dois anos, continua paralisado, conforme publicou o VALOR, recentemente. Os demais projectos, com destaque para os da indústria alimentar, apesar de garantirem reembolso financeiro, encontram-se paralisados por falta de divisas para a aquisição de equipamentos. O empresário junta, entre as oportunidades de investimento, a aposta na produção de produtos, hoje importados, como a carne, os cereais e o azeite de palma, “tendo em conta que há condições que devem serem incorporadas num esforço conjunto dos empresários e Governo para ajudar na redução das necessidades alimentares”. A dependência do Governo, enquanto principal cliente, é outro dos “constrangimentos” do empresariado local, “gravemente” afectado pela queda de sectores como a construção civil, o comércio e a prestação de serviços, actividades que dominam a economia da província. Nicásio inclui “a falta de cultura empresarial” entre as dificuldades, além de apontar que parte significativa dos detentores das terras aráveis na província não possui inclinação para a prática da agricultura. “São situações que constituem obstáculos sérios à actividade dos empresários”, insiste, apelando, para maior envolvimento da classe para o desenvolvimento do território.
A Associação dos Empresários do Kwanza-Norte tem registado 180 associados, 75% dos quais são pequenos empreendedores, “que trabalham com imensas dificuldades”.
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