Licenças para importação de viaturas recuam 55%
COMÉRCIO. Pedidos de importações da cesta básica aumentaram no primeiro trimestre do ano, apesar da escassez de divisas. Subida ultrapassou os 10,6%. Mercado automóvel continua, entretanto, em queda. Intenções de licenciamento recuaram 55,89%.
As intenções de licenciamento para importações de viaturas reduziram 55,89% para os 268,8 milhões de dólares, nos primeiros três meses do ano, face ao período homólogo, indicam dados oficiais a que o VALOR teve acesso.
Segundo registos do Ministério do Comércio (Minco), no período, foram licenciados 8.017, contra os 20.302 veículos no mesmo período do ano passado.
Em relação ao tipo de meios, os importadores pediram licenças para comprar 3.700 viaturas ligeiras, quando, no mesmo período do ano passado, foram licenciadas 5.616 viaturas. Para os carros de transporte de 10 lugares, foram 2.666 contra 4.435. A redução mais significativa ocorreu nas intenções de compra de carros especiais e de mercadorias: foram 1.651 contra os 10.251 do primeiro trimestre de 2017.
Tendência contrária registaram as intenções de licenciamento para a aquisição de produtos da cesta básica. De acordo com os dados do Minco, houve um aumento acima dos 10,6%, saindo das 1,823 milhões de toneladas para as 2,017 milhões de toneladas que reclamaram 1.489 milhões de dólares, contra os 1.476 milhões de dólares dos primeiros três meses do ano passado.
O director do comércio externo, Lukombi Luansi, justifica o aumento dos licenciamentos da cesta básica com a “organização” que está a ser verificada no acesso às divisas pelos importadores. “A variação deu-se porque a distribuição de cambiais era problemática em 2017. A partir do primeiro trimestre desse ano, o processo está mais organizado e a distribuição é quase entre todos os importadores”, argumenta.
Nas importações dos bens da cesta básica, destaca-se a farinha de trigo, como o produto que mais recebeu intenções de licenciamento: 532.931 toneladas, contra as 30.537 em 2017. A fuba de mandioca foi o produto que menos intenção recebeu. Foram apenas 63 toneladas esse ano, contra as 553 toneladas do ano passado.
As importações de produtos nos últimos anos têm estado a diminuir. A quebra tem sido verificada em vários produtos. Os últimos dados do Conselho Nacional de Carregadores (CNC), do segundo trimestre de 2017, dão conta que o país importou 988.933,75 toneladas, menos 130.409,27 que no mesmo período de 2016.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...