Líderes mundias em crise
DESAFIOS. Crises estão para os líderes como as falhas para quem trabalha. São incontornáveis. Podem ajudar o crescimento e/ou a experiência, mas também podem ser fatais, dependendo da gestão. Seguem-se alguns líderes que enfrentam crises actualmente.
Isabel dos Santos, empresária
A empresária enganou-se se algum dia acreditou que, com a saída de José Eduardo dos Santos, o grande desafio de provar a sua capacidade empresarial se resumiria na gestão dos negócios já estabelecidos. Está a confrontar-se com a revogação de negócios bilionários por decisão do actual Presidente João Lourenço. A empresária queixa-se de estar a ser tratada de forma singular. “Há muitos empresários e o que não consigo entender é porque é que só se fala de um empresário e do projecto de um empresário”, afirmou recentemente, em entrevista à rádio MFM, acrescentando existir quem teve “mais benefícios, privilégios e mais ajudas” e “não apenas de garantias soberanas, beneficiou de pagamentos directos do Estado, comprou propriedades e, depois, gratuitamente ou de forma muito subsidiada, cedeu a privados e que destas situações não se fala, não se revoga”.
José Mourinho, treinador de futebol
Não é nada de novo na carreira de José Mourinho. Enfrentou crises por quase todos os clubes por onde passou, sendo esta a razão da rescisão de contratos em alguns casos. No Manchester United, desde Maio de 2016, o português está de ‘costas viradas’ com os dirigentes do clube, devido a visões diferentes sobre o plantel. Mourinho defende a contratação de mais jogadores, enquanto os dirigentes condicionam a chegada de reforços à venda de alguns dos do actual plantel, provavelmente pelos investimentos feitos nas épocas anteriores sem que se tenham reflectido nos resultados.
Elon Musk, CEO e fundador da Tesla
Nos últimos tempos, Elon Musk tem estado a enfrentar situações diversas, mas que podem significar pouco, considerando ser dos líderes empresariais que mais crises enfrenta. Os carros eléctricos da Tesla, por exemplo, geram descontentamentos e provocam processos na Noruega, porque a explosão de vendas supera a logística da fabricante, cujos serviços de atendimento ao cliente está a deixar muito a desejar. Por outro lado, a empresa registou prejuízos de 717,5 milhões de dólares, no primeiro semestre do ano.
Michael O’Leary, CEO da Ryanair
Uma onda de greves tem estado a marcar a maior companhia ‘low’cost’ da Europa, a Ryanair, desde o ano passado. A situação levou Michael O’Leary a abdicar do bónus anual, avaliado em cerca de um milhão de euros, a que tinha direito pelos lucros em 2017. Na semana passada, os pilotos da Ryanair, na Alemanha, decidiram apoiar a paralisação de 24 horas, que aconteceu na sexta-feira, inicialmente anunciada pelos pilotos da Irlanda, Suécia e Bélgica. Até à semana passada, a companhia já tinha o registo de 400 voos cancelados, 250 dos quais na última sexta-feira pelas greves.
Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebbok
Se a actual tendência de perda do Facebook, ao invés de conhecer uma reviravolta, piorar, a companhia poderá, no futuro, servir de mais um exemplo para sustentar a tese de que, depois do pico, se segue o desastre. A companhia só somava sucessos até que se deparou, entre outros, com o caso Cambridge Analytica, que obrigou o seu CEO a testemunhar no congresso dos EUA e na Europa. No primeiro semestre, a empresa sofreu um défice, pela primeira vez, ao registar o menor aumento de usuários em comparação ao trimestre anterior.
Jorge Mesquitta, presidente e director executivo da J & J.
A fábrica de produtos para bebés, Johnson & Johnson, enfrenta, desde 2011, uma crise mundial pela acusação de que o seu pó talco pode conter amianto que supostamente causou cancro nos ovários em mulheres que usaram o produto por um período prolongado. Recentemente, a empresa foi condenada, nos EUA, a pagar uma indemnização avaliada em 4,6 mil milhões de dólares a 22 mulheres. O relatório do primeiro semestre assinala uma queda de 20% nas vendas no mercado norte-americano. A mesma situação levou a que uma fábrica da marca fosse fechada na Índia, em 2013.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...