TRANSPORTADORA AGUARDA LICENÇA HÁ QUATRO ANOS

Macon ‘barrada’ na Namíbia

INTERNACIONALIZAÇÃO. Macon tem empatado um investimento de dois milhões de dólares em solo namibiano. No entanto, as autoridades locais dificultam a circulação dos autocarros.

A empresa de transportes rodoviários, Macon, continua à espera de autorização do governo namibiano para operar no país vizinho. Depois de ter circulado durante três meses, com uma licença provisória, desde 2013, que a empresa angolana vem solicitando a renovação, mas as autoridades da Namíbia atrasam-se a emitir o documento.

Segundo o director-geral da Macon, Luís Máquina, o Ministério dos Transportes da Namíbia, que responde pela questão, não dá qualquer justificação para a não autorização. “É um problema antigo. Eles não dizem nada, simplesmente não passam a licença”, lamentou Luís Máquina, acrescentado que “a Embaixada de Angola em solo namibiano já interveio, mas sem sucesso”.

A autorização provisória serviu para testar a empresa angolana, que em três meses mostrou a sua experiência no ramo e capacidade organizativa. Com a nova licença, a Macon teria autorização efectiva para explorar o segmento de transporte interprovincial (focalizado na zona fronteiriça).

Nessa fase de experimentação, a maioria dos angolanos optou por viajar com a Macon, o que terá provocado ‘ciúmes’ por parte de operadoras namibianas, de acordo com o director da empresa angolana.

Segundo Luís Máquina, a empresa angolana tem, por causa dessa situação, enfrentado vários constrangimentos, tendo em conta que apesar de estar inoperante continua a pagar salários de funcionários e outras despesas. A Macon investiu 2 milhões de dólares na abertura da filial em território da Namíbia, onde tem seis autocarros imobilizados.

A consolidação da internacionalização é um dos principais desafios da Macon. Para salvar o investimento embargado, a direcção da empresa está a estudar a possibilidade de transferir os meios da Namíbia para a Zâmbia, vizinho do leste. “Porque aqueles autocarros têm volantes a direita e não podem entrar para Angola”, justifica o responsável.

Em Setembro de 2016, a Macon foi autorizada a operar em Cabinda, tendo com este feito alargado os seus serviços em todo o território nacional. A maior operadora privada de autocarros tem seis segmentos de negócios, nomeadamente transportes urbanos, interprovincial, cargas e encomendas, fretamento, executivos e internacionalização. O interprovincial é o mais lucrativo, com 70% das receitas da empresa. Tem 2.800 funcionários.