Macon expande para Cabinda
TRANSPORTES. Cabinda vai beneficiar do serviço de transportes públicos urbanos da Macon. Com este feito, a maior operadora do sector estende os seus serviços a todo o país.
A Macon pretende desenvolver, ainda este ano, o serviço de transportes públicos urbanos em Cabinda. O acordo de exploração foi assinado, em Setembro, entre o governo provincial e a empresa privada, sedeada em Luanda.
Nas próximas semanas, a transportadora deverá despachar uma delegação àquela província para dar início ao recrutamento de pessoal e à criação de condições técnicas, bem como ao envio dos autocarros. Com este feito, a maior operadora de transportes colectivos alarga os seus serviços para todo o território nacional, sendo apenas Luanda, Malanje, Lunda-Sul e, agora, Cabinda as províncias que beneficiam do segmento de transporte colectivo urbano.
A Macon tem seis segmentos de negócio na área de transportes, nomeadamente transportes urbanos, inter-provinciais, cargas e encomendas, fretamento, executivos e transportes internacionais, sendo Cabinda a única província que não beneficiava de nenhum desses ‘pacotes’.
O interprovincial é o mais lucrativo, representando 70% das receitas da empresa. Já o fretamento é o segmento com menor peso na ‘balança de receitas’, enquanto o projecto de internacionalização da marca está de momento suspenso.
Nos últimos dois anos, a empresa vem registando desaceleração nas receitas face à crise financeira que apoquenta a economia angolana. Para piorar as contas, o Governo ainda não liquidou a dívida que tem com a operadora relativa à subvenção dos bilhetes de passagem dos transportes urbanos. “Apesar disso, vamos fechar o ano com saldo positivo”, ressalva o director-geral da Macon, Luís Máquina, sem precisar o volume de negócio nem o número de passageiros transportados anualmente pela operadora.
A falta de divisas para pagar aos fornecedores externos é dos assuntos que mais ‘tira o sono’ ao director da Macon. A empresa, por exemplo, precisa de mais de quatro milhões de dólares para concluir o pagamento de uma dívida, na ordem dos seis milhões de dólares, contraída há dois anos, para compra de 135 autocarros, na China. “Em 2014, a fábrica entregou os autocarros que devíamos pagar em dois anos. Só que, infelizmente, começou a crise. Já pagámos alguma coisa, mas continuamos com passivo”, lamenta.
Ainda por força da crise, vários projectos não foram concretizados, como é caso da renovação da frota de autocarros, que é feita anualmente, e a construção de vários terminais interprovinciais, embora se tenha já adquirido terrenos para as referidas empreitadas. “Nesses terminais, já acautelámos a acessibilidade de portadores de deficiência física e agregámos vários serviços, como bancos, posto policial, restaurantes e lojas de conveniências”, regozija-se o entrevistado, queixando-se do mau estado das estradas que ligam o Dondo à Quibala, onde a empresa deixou de operar, bem como a de Malanje ao Saurimo.
A Macon conta com 2.800 funcionários, 45 dois quais são expatriados, enquanto 500 são empregos indirectos. “Para nós, os recursos humanos são o capital mais importante. Temos tidos treinamentos periódicos. Um motorista, por exemplo, admitido na Macon, apesar de ter já a carta de condução, fica três meses em treinamento. É um investimento muito grande. Não só para os motoristas mas para todos os níveis”, concluiu Luís Máquina.
JLo do lado errado da história