VENDAS EM 2015

Madeira rende mais de 150 milhões USD

EXPORTAÇÃO. Produção actual não resolve as necessidades de consumo interno, devido à falta de industrialização, mas há vendas para o exterior em centenas de milhões de dólares.

Cinco membros da Comunidade de Empresas Exportadoras e Internacionalizadas de Angola (CEEIA) embolsaram, em conjunto, mais de 150 milhões de dólares, com a venda de madeira para o estrangeiro, em 2015.

A revelação é do presidente da organização, Agostinho Kapaia, que, sem precisar o volume do produto exportado, indicou que as empresas Gesteflora, Lamilon, Toritabuá, Organizações Veríssimo e o Grupo Cipro foram as protagonistas das vendas que tiveram, como principais destino, a Europa, a América e África.

Os resultados da exportação da madeira são divulgados numa altura em que os membros da CEEIA analisam a última decisão do Governo que proíbe a exportação da madeira em toro, que, na opinião de Kapaia, vai combater o tráfico do produto. “A medida marca o princípio de uma nova era neste sector, onde a transformação ou semitransformação são condição necessária à exportação”, defende Kapaia, que prevê ainda mais investimentos e criação de emprego.

Kapaia reconhece, no entanto, que os actuais níveis de produção não atendem as necessidades de consumo interno, “devido sobretudo à falta de industrialização do sector”, mas espera que as novas medidas do Governo e o trabalho de todos os intervenientes alterem o quadro a médio prazo.

Kwanza Norte, Cabinda, Uíge e Bengo posicionam-se como os principais mercados abastecedores de madeira pesada, enquanto Huambo e Benguela como os principais fornecedores de madeiras leves.

 

Novos Investimentos

O embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da Índia, acreditado em Angola, Sushil Singhal, respondeu ao apelo para a necessidade de investimentos no sector madeireiro, ao anunciar, esta semana, que empresários indianos poderão investir na exploração da madeira em Cabinda.

Angola pretende relançar o sector, no quadro do ‘Programa de Relançamento da Indústria de Madeira, Mobiliário e afins’, elaborado pelo Ministério da Agricultura, em parceria com o Ministério da Indústria. A intenção é reduzir o défice de produção estimado em mais de 150 mil metros cúbicos de madeira em toro.

O plano prevê a reanimação do sector de corte e transformação de madeira, mediante a criação de oportunidades e incentivos para os empresários florestais. A média anual de produção de madeira em toro em Angola está calculada em 360 mil metros cúbicos, números considerados muito aquém das necessidades e das capacidades gerais de consumo, estimadas em cerca de 500 mil metros, segundo dados do Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural.

Mais de 90 empresas estão legalizadas para a exploração de madeiras, 50 das quais operam no Uíge, 23 no Bengo, 11 em Cabinda e nove no Kwanza-Norte.