Governo garante que são portas de entrada para o emprego

Mais 700 centros profissionais em todo o país

TRABALHO. Unidades estão em todas as províncias e municípios e algumas em estruturas móveis. É aposta das autoridades para o fomento do auto-emprego.

Trabalho informal

O surgimento de pequenas e médias empresas é “fundamental para resolver os problemas do emprego”, considera o director-Geral do Centro de Emprego e Formação Profissional (INEFOP), Manuel Mbagui, que garante que o Governo tem incentivado a criação de mais centros de formação profissional até às zonas mais recônditas, como porta de entrada para o auto-emprego.

“Os formandos adquirem novas qualificações”, considera Manuel Mbagui, lembrando que as universidades “não dão capacidades necessárias para entrar no mercado do emprego ou para criar a sua empresa” e que “a formação profissional garante a componente prática”.

Manuel Mbagui recomenda que, neste contexto de ‘aperto’ financeiro, “o empreendedorismo seja mobilizado, porque as pessoas não podem esperar apenas pelo emprego do Estado”. De acordo com dados oficiais, 60% da mão-de-obra do país é paga pelo Estado, o que pesa com o pagamento dos salários.

A estatística do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social garante que, entre 2013 e 2017, mais de 40 mil pessoas foram formadas nos 709 centros, dispersos nas 18 províncias. 67,31% são homens e 32,70% mulheres.

Do total, 60% está empregado ou por conta própria ou absorvido numa empresa. Estão disponíveis 149 cursos, desde o básico ao profissionalizado, entre os quais, o de serralharia, gestão de cantinas, automação, electricidade, informática, jardinagem, desenho gráfico, decoração de eventos, recauchutagem, carpintaria, vigilância de infância.

Após a formação, os participantes recebem ‘kits’, consoante a área de formação, e o MAPTSS estabelece parcerias com bancos que ajudam financeiramente o início do negócio e a sustentabilidade das iniciativas.

EMPRESAS REDUZIRAM PROCURA

Desde 2014, o número de empresas que procuram os centros de formação profissional ficou reduzido. O director do INEFOP justifica com o contexto que o país atravessa e encara como oportunidade para, sobretudo, os jovens criarem as suas próprias empresas e empregarem outros profissionais.

A lei de base da formação vai ser revista. O ministro de Estado para a coordenação económica, Manuel Nunes Júnior, já o tinha anunciado recentemente. Uma das alterações poderá ser o ajustamento dos cursos. Pretende-se, segundo o responsável do INEFOP, priorizar mais os cursos técnicos, como de electricidade, canalização e serralharia, em detrimento dos demais.