Manifestações não devem ser para punir críticas ao poder
A Amnistia Internacional advertiu hoje que as manifestações, previstas para sábado em Luanda e Benguela, contra a nomeação de Isabel dos Santos como administradora da Sonangol, "não devem ser usadas como uma oportunidade para punir críticas ao poder".
O director regional para o sul de África da organização de defesa dos direitos humanos, Deprose Muchena, em comunicado citado pela Lusa, instou as forças de segurança angolanas a protegerem – em vez de atacarem - os participantes nos protestos pacíficos agendados para Luanda e Benguela.
“Este fim de semana, as autoridades devem permitir aos manifestantes o exercício dos seus direitos de liberdade de expressão e reunião pacífica; os protestos populares não devem ser usados como uma oportunidade para punir as críticas”, sustentou.
“As autoridades angolanas têm-se esforçado, nos últimos anos, por calar as vozes dissonantes, inclusive usando as forças de segurança para arbitrariamente deter, encarcerar e mesmo eliminar aqueles que se erguem para exigir responsabilidade e boa governação”, referiu o responsável da AI.
A concluir o apelo, Deprose Muchena insistiu: “Instamos a polícia angolana a usar de moderação e a garantir a segurança de todos os manifestantes”.
A 02 de junho deste ano, o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, nomeou a filha, Isabel dos Santos, para encabeçar a administração da companhia petrolífera estatal Sonangol, uma medida contestada pelos movimentos que convocaram as manifestações de sábado.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...