Marfilipe quer aumentar exportação em mais 50%
ROCHAS ORNAMENTAIS. Produção teve uma queda de 10%, em 2017, face à ruptura que a construção civil enfrenta. Mas a empresa quer dar volta por cima, apesar das dificuldades com as divisas.
A empresa Marfilipe Angola, que se dedica à exploração, transformação e comercialização de mármores e granito, no Virei, Namibe, pretende aumentar a exportação para o mercado europeu em mais de 50%.
As metas foram avançadas, em exclusivo ao VE, pelo gerente Bruno Miguel, que explora uma concessão de 30 hectares, no Namibe, enquanto em Luanda possui a unidade de transformação e emprega 31 funcionários.
Em termos globais, a produção de 2017 atingiu os seis mil metros quadrados, mas registou uma queda acentuada de 10%, em comparação ao período homólogo, causada pela crise que também afecta a construção.
Preferencialmente, as exportações têm como destino Portugal, de onde são reexportados para outros pontos da Europa, enquanto para a região da SADC, a empresa tem vendido mármore e granito, mas não tão regularmente para Namíbia, Congo Democrático, República do Congo e a África do Sul.
Para contrapor a queda na construção civil, a Marfilipe procura compensar com a nova aposta em produtos direccionados a clientes particulares, passando a produzir peças decorativas, como pedras decorativas brancas de interiores, exteriores e zonas ajardinadas e arte funerária.
Bruno Miguel aprova a iniciativa do Governo de ter criado o Programa de Apoio à Promoção de Exportação e a Substituição das Importações (Prodesi), esperando que as medidas previstas sejam “implementadas para não cairem na ineficácia”.
No âmbito do programa governamental, o empresário acredita que se criem incentivos financeiros, bem como se reduza a carga fiscal e se resolva a problemática do combustível. A pedreira está localizada numa zona a 14 quilómetros da estrada principal, onde falta energia eléctrica e onde todos os equipamentos funcionam com geradores, o que torna os custos de produção mais onerosos.
Bruno Miguel lamenta também a falta de acesso aos dólares que está a condicionar novos investimentos, principalmente com a aquisição de equipamentos.
Angola deverá registar uma produção de 357 mil metros cúbicos de rochas ornamentais no quinquénio 2017/2021, com a entrada em funcionamento de dez novas pedreiras. Dispõe actualmente de 12 fábricas de corte, polimento e beneficiação de rochas ornamentais, estando cinco na Huíla, três no Namibe, duas em Luanda, uma em Benguela e outra no Zaire.
A Marfilpe é uma empresa portuguesa de referência no sector das rochas ornamentais, com presença, através de participações estratégicas, em Angola e mais recentemente no Brasil. É detentora de duas pedreiras próprias em Portugal, de Moleanos Vidraço e Ataíja, bem como de uma de mármore branco na região do Namibe, através de uma participação maioritária na empresa de direito angolano Rokafrik.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...