Membros do CES analisam economia da Ilha de Luanda
Os membros do Conselho Económico e Social do Presidente da República discutiram, na semana passada, a situação económica e o impacto das constantes operações policiais no desempenho das empresas e negócios da circunscrição.
O Valor Económico apurou que a reportagem deste jornal, publicada na edição 282, constou entre os documentos analisados. Os membros concluíram ser necessária e urgente a realização de um encontro mais alargado com a participação da Polícia Nacional, do Governo Provincial de Luanda, da Ahara assim como outras instituições e entidades. “É um encontro que já deveria ser realizado há muito tempo, mas não aconteceu. A vossa reportagem impulsionou e concluímos todos que devemos tratar o assunto com seriedade”, revelou um dos membros do CES.
Empresários apontaram o Valor Económico as operações policiais como estando entre as principais razões da queda da facturação, havendo quem as classifique como uma segunda pandemia que, a par da covid-19, torna difícil a vida dos empresários e das empresas. “Tem prejudicado muito o nosso negócio. O estrangeiro ou nacional que quer fazer turismo vem aqui, para fazer praia, beber uma cerveja. As operações provocam quedas nas receitas. Basta montar a operação à entrada, os clientes não entram nos restaurantes, assim não sobrevivemos. Há muitas famílias que dependem destes empregos, se não temos clientes, reduzimos os trabalhadores e não contribuímos para a economia”, defendeu Adilson Lopes, sócio-gerente da Malibu Beach,
Também o presidente da Associação dos Hotéis e Resorts de Angola (Ahara), Ramiro Barreira, defendeu a implementação de gestão e tratamento diferenciado para a Ilha de Luanda.
Anunciado em Maio de 2020, o CES foi oficializado em Setembro do mesmo ano com a tarefa de dar “contribuições da comunidade empresarial, das cooperativas, da comunidade científica académica, das associações que se ocupam do desenvolvimento socioeconómico da mulher e dos jovens, assegurando assim uma participação mais activa destes nos aspectos de programação e de execução das tarefas do desenvolvimento nacional”. É constituído por 45 membros escolhidos entre especialistas nas áreas das ciências económicas e sociais, bem como empresários e gestores que cumprem um mandato de dois anos. O economista Carlos Rosado de Carvalho, um dos integrantes do CES abandonou o órgão, evocando razões pessoais.
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