Mercado de conserto e revenda de electrodomésticos não escapa à crise
SERVIÇOS. Técnicos também enfrentam dificuldades com a escassez de peças de reposição no mercado, o que faz com que optem por reinventar-se.
Com a queda do poder de compra da população, o negócio do conserto e revenda de electrodomesticos e aparelhos electrónicos continua a servir de ‘ganha pão’ para muitos profissionais que, apesar de o considerarem um trabalho que gera rendimentos, não deixam de relatar as dificuldades relacionadas com a escassez materiais e com o aumento de preços dos acessórios.
Celestino Sebastião, técnico de frio há oito anos, declara que, embora tenha começado esta actividade apenas com foco em consertos, posteriormente optou por reparar e revender itens que comprava danificados para fazer face ao aumento de custo de vida que quase o colocou na condição de não conseguir pagar a propina da escola dos filhos.
“Estou neste trabalho desde 2017 mas quando, em 2021, as coisas apertaram para nós angolanos, tive de me reinventar, porque só com consertos de arcas, geleiras e ar-condicionado, não dava mais para lidar com todas as minhas despesas. Comecei a comprar esses electrodomésticos danificados para reparar e revender”, explica Celestino.
O técnico passou a comprar aparelhos defeituosos numa média por entre 5 mil e 20 mil kwanzas para revendê-los por até 80 mil kwanzas. “Compramos uma carcaça de arca de um cesto a 10 mil kwanzas, com problemas de fuga interna nas tubagens. Gastamos 20 mil kwanzas em rolos de tubo, 7 mil com condensador e 9 mil com a botija de gás e revendêmo-la a 80 mil kwanzas, porque os clientes não estão a aceitar outro preço, apesar dos custos serem superiores”, lamenta.
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