SATÉLITE SERÁ LANÇADO NO TERCEIRO TRIMESTRE

Mercado interno vai absorver 60% da capacidade do Angosat 1

TELECOMUNICAÇÕES. Unidade de negócios da Angola Telecom avança que está aberta a assinatura de contratos de intenção aos potenciais clientes. Países da SADC são os potenciais compradores externos dos serviços a serem oferecidos pelo primeiro satélite angolano.

A Infrasat, empresa ligada à estatal Angola-Telecom, pretende comercializar 60% da capacidade instalada do satélite angolano (Angosat 1) para o mercado interno, reservando o restante para os países da região, revelou o director executivo da empresa, Diogo de Carvalho, durante a visita de especialistas de telecomunicações e tecnologias de informação da SADC.

O gestor explicou que a estratégia comercial foi definida depois de realizado o ‘benchmarking’ internacional, o que permitiu a definição das quotas de vendas do satélite que deve elevar, internacionalmente, a Infrasat ao estatuto de grossita.

Os preços promocionais serão discutidos em função das necessidades dos clientes, sendo que, nesta altura, está já aberta a assinatura dos contratos de intenção que permitirão aos compradores o acesso imediato ao satélite, logo que entre em operação.

Internamente, a Infrasat já efectuou um levantamento de todas as empresas que recorrem a estes serviços, as mesmas que já estão a ser abordadas no sentido de elevarem as suas capacidades, entre outras, em matéria de telecomunicações.

Inicialmente previsto para Novembro de 2016, o lançamento em órbita do Angosat 1 foi revisto para o início do terceiro trimestre de 2017 e as autoridades angolanas esperam que os países da SADC ganhem maior cobertura de comunicação nos próximos tempos. Vários países da África Austral, encravados e sem acesso ao mar, poderão ter garantias de maior cobertura a nível dos seus territórios.

Durante a visita da delegação da SADC, o director nacional das Telecomunicações, Eduardo Sebastião, admitiu que a concretização do lançamento do primeiro satélite nacional vai permitir o aumento das infra-estruturas de telecomunicações e facilitar os serviços oferecidos à população. Enquanto o responsável para as Telecomunicações e Tecnologias de Informação da SADC, Cecília Mamelode, considerou a visita “muito importante” para o programa regional da SADC, por haver um programa em curso que prevê a partilha de comunicações entre os membros.

A Infrasat atingiu, em 2015, uma facturação de 27 milhões de dólares, valor que previa manter em 2016, e apontou o asseguramento da transmissão de dados para as grandes corporações e a expansão do serviço de telefonia rural com custos acessíveis como as principais metas da empresa. A Infrasat prevê apostar também, nos próximos tempos, na melhoria da cobertura do sinal das operadoras de telefonia móvel e fixo e disponibilizar o serviço de internet nas regiões mais longínquas do país.

Com essas apostas, a empresa espera cumprir com os seus macro-objectivos que passam pelo combate à infoexclusão.