Ministra de combate à pobreza suspensa na Nigéria
INVESTIGAÇÃO. Suspensão do governante ocorre dias depois de a media local denunciar que a ministra orientou que 585 milhões de nairas (661 mil dólares) em subsídios destinados a grupos vulneráveis fossem pagos em uma conta privada.
A ministra nigeriana dos Assuntos Humanitários e Alívio da Pobreza, Betta Edu, foi suspenso, com efeito imediato, devido ao uso de uma conta bancária privada para transacções financeiras do programa de bem-estar social do governo.
A suspensão vai durar enquanto a agência anticorrupção realiza uma "investigação completa" de todas as transacções financeiras do ministério", segundo comunicado da Presidência, que dá conta de que a investigação se estenderá a todo o quadro do investimento social da Nigéria.
A suspensão de Betta Edu ocorre dias depois de a media local denunciar que o governante orientou que 585 milhões de nairas (661 mil dólares) em subsídios destinados a grupos vulneráveis fossem pagos em uma conta privada – uma decisão que o gabinete do ministro disse ter seguido o devido processo. Betta Edu negou qualquer irregularidade.
Num país onde as medidas de austeridade do governo pressionaram ainda mais milhões de pessoas que enfrentam níveis extremos de pobreza, muitos nigerianos criticaram a utilização de uma conta bancária privada para o programa de subvenções e apelaram à demissão do ministro.
O gabinete do Contabilista Geral da Federação da Nigéria afirmou, num comunicado, que os fundos devem ser enviados directamente das contas do governo para os beneficiários. Entretanto, o antecessor de Edu apresentou-se na segunda-feira à Comissão de Crimes Económicos e Financeiros da Nigéria, enquanto esta investigava alegada corrupção no desembolso de fundos públicos durante o seu mandato como ministra.
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