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DEPOIS DE CONGELADOS OS CENTROS COMUNITÁRIOS

Minjud planeia construir hospedarias da juventude

INVESTIMENTO PÚBLICO. Projecto deve arrancar no quarto trimestre de 2018 e destina-se a jovens estudantes de até 35 anos. Hospedarias surgem após cancelamento dos centros comunitários da juventude pelo Ministério do Planeamento.

Governo suspendeF

O Ministério da Juventude e Desportos (Minjud) planeia a construção de hospedarias nas seis regiões académicas do país, destinadas, sobretudo, a estudantes em trânsito de uma província para outra, avançou ao VALOR fonte conhecedora do projecto.

Denominado ‘pousadas da juventude’ e estando em fase de estudo, o projecto deve arrancar no último trimestre de 2018, embora não esteja ainda orçametando. “Imagine um grupo de 50 estudantes que queiram sair de Cabinda para o Cunene em actividades académicas. Se tiver uma pousada da juventude, não precisará de muito dinheiro para alojamento como se estivesse num hotel ou numa hospedaria normal”, explica a fonte, detalhando que as pousadas serão destinadas a jovens de até 35 anos.

O plano de construção das pousadas, cuja gestão deverá ser submetida à decisão dos governos provinciais, surge após o congelamento do projecto de construção de centros comunitários da juventude, por decisão do Ministério do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial. Afecto ao Minjud, o projecto dos centros comunitários da juventude foi cancelado há dois anos, decisão justificada pelo Planeamento com a crise económica e financeira instalada no país desde a segunda metade de 2014.

Inscritos no Programa de Investimentos Públicos do Minjud, os centros comunitários já consumiram 1,7 mil milhões de kwanzas (cerca de 10,3 milhões de dólares) aplicados na concretização de 10 unidades, espalhadas por Luanda, Huíla, Moxico, Cunene, Kuando-Kubango e Uíge. No entanto, apenas alguns destes centros se encontram em funcionamento.

Aquando do cancelamento do projecto, pelo menos, seis centros encontravam-se em fase de conclusão. Trata-se de duas empreitadas no Bengo, uma em Luanda, uma no Kuando-Kubango e duas em Malanje. Cada uma das obras paralisadas está orçada em 22 milhões de kwanzas (cerca de 132,5 mil dólares), fixando-se num valor global na ordem dos 132 milhões de kwanzas (795,4 mil dólares).

O projecto, engavetado pelo pelouro do ministro Job Graça, prevê a edificação de centros comunitários em todos os municípios do país (mais de 170). “Entendemos que o país enfrenta uma crise financeira, mas seria bom que o Ministério do Planeamento enquadrasse já no próximo OGE/2018 o nosso projecto para, pelo menos, terminarmos as obras paralisadas”, deseja uma fonte ligada ao Ministério da Juventude e Desportos.

Tal como se prevê com as pousadas, a gestão dos centros é da responsabilidade dos governos provinciais, que, por sua vez, os entregam às administrações municipais. “Os centros foram desenhados na óptica de criar e fomentar o auto emprego. Por exemplo, salão de beleza, barbearia e outros serviços que são de jovens locais empreendedores que usam o espaço como o seu lugar de rendimento. Nesses centros, também se administram cursos básicos profissionais”, explica outra fonte do Minjud que diferencia, de seguida, os centros das casas da juventude.

Enquanto os centros comunitários são construídos nos municípios, as Casas da Juventude devem ser construídas nas cidades capitais de cada província pelos respectivos governos. A única execepção é a Casa da Juventude de Viana, cuja construção esteve a cargo do Minjud.

“No Ministério, desenvolvemos não só a orientação metodológica para o funcionamento das Casas, mas também os modelos ou plantas arquitetónicas. Mas as autoridades locais podem fazer as alterações em função da realidade local e do orçamento disponível. O que se quer é que todas as capitais provinciais tenham uma Casa da Juventude”, conclui a fonte.

Até ao momento, os governos de Benguela, Moxico, Kwanza-Norte, Kwanza-Sul, Kuando-Kubango e Uíge já construíram as respectivas Casas da Juventude, perfazendo um total de seis concluídas. Recentemente, o Governo aprovou mais de 40 milhões de dólares para a construção da Casa da Juventude de Malanje, enquanto Luanda continua a agurdar. “O governo de Luanda ainda não construiu a sua Casa da Juventude. A de Viana pertence ao Minjud”, esclarece a fonte.