Moçambique incapacitado de pagar credores até 2023
Governo moçambicano anunciou a realização de uma série de reuniões com os credores em Londres, no dia 22, para apresentar o plano de reestruturação da dívida pública.
Moçambique vai continuar sem pagar aos credores pelo menos até 2023, segundo um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), citado pela Lusa, que prevê também que o país se mantenha com uma dívida insustentável, impossibilitando um programa de assistência financeira.
De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, que teve acesso ao documento que será debatido na sexta-feira pela direcção do FMI, Moçambique não tenciona pagar aos credores até 2023, ano em que as receitas da exploração de gás natural deverão começar a chegar em força aos cofres do Estado.
"É nosso entendimento que as autoridades [moçambicanas] planeiam continuar sem fazer quaisquer pagamentos sobre os empréstimos em incumprimento financeiro" pelo menos até 2023, escreveram os autores do relatório sobre a Análise da Sustentabilidade da Dívida, que será debatida pela direcção do FMI juntamente com a análise anual da economia de Moçambique, ao abrigo do conhecido Artigo IV.
"A dívida de Moçambique está actualmente em 'situação problemática' ['debt distress', no original em inglês], e a dívida pública total está numa trajectória insustentável", escrevem os peritos do FMI, que notam que qualquer reestruturação da dívida com os credores tem de levar em conta o risco de existirem mais atrasos nos projectos de exploração de gás natural.
A consideração do FMI sobre Moçambique estar em 'debt distress' é particularmente importante para o país, uma vez que as regras do Fundo impedem a celebração de um programa de assistência financeira a países que tenham uma dívida insustentável, sendo necessário, para ultrapassar a situação, a celebração de um acordo prévio que estipule um conjunto de medidas de austeridade para depois garantir o financiamento da instituição liderada por Christine Lagarde.
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