PRESIDENTE CUBANO PROMETE MANTER REFORMAS

Morte de Fidel na hora ?da reestruturação económica

05 Dec. 2016 Emídio Fernando Mundo

CUBA. Com morte de Fidel Castro, foi ‘enterrado’ também um modelo único de socialismo. País iniciou mudanças económicas que actual presidente Raúl Castro promete manter, mas de “forma faseada’. Cuba não vai ser a mesma.

Durante a semana, milhares de pessoas, pelas ruas das principais cidades de Cuba, acompanharam as cerimónias fúnebres de Fidel Castro. Falecido aos 90 anos, o ex-líder cubano foi cremado, as cinzas colocadas num pequeno caixão que percorreu, em sentido inverso, as localidades cubanas que os revolucionários, liderados por Fidel, conquistaram até chegar a Havana.

Com centenas convidados de todo o mundo, entre chefes de Estado e do governo, Cuba rendeu a última homenagem a Fidel Castro, numa altura em que o país vai mudando lentamente de sistema económico.

Fidel Castro deixou o poder em 2008, por doença. A presidência foi assumida pelo irmão Raúl Castro que, desde então, encetou mudanças económica em Cuba, que já permitem a criação de pequenas empresas privadas, a aceitação de investimentos estrangeiros sob determinadas condições, a desvalorização da moeda o que permite maior entrada de turistas, uma das maiores fontes de receita de Cuba, a possibilidade dos proprietários de casas poderem alugar quartos a turistas, impostos aos novos trabalhadores e cortes de subsídios e benefícios sociais.

De facto, a reforma económica foi iniciada em 2011 e já permitiu que os Estados Unidos, ainda sob a liderança de Barack Obama, admitissem a possibilidade de levantar as sanções económicas que duram há mais de 50 anos. O líder norte-americano visitou Cuba este ano, abrindo as relações diplomáticas que estavam cortadas desde 1959.

Depois da morte de Fidel Castro, os dirigentes cubanos já reafirmaram a vontade de continuar com as reformas económicas. Antes de completar 90 anos, em Agosto, Fidel Castro previa que, depois dele, “vinham mais propostas radicais”.

Raúl Castro é assumidamente um admirador do modelo vietnamita que junta parte da ideologia socialista com a economia de mercado, mas admite que terá de ser a uma “velocidade mais lenta”.

Entre as reformas, Cuba reduziu as tarifas dos telemóveis que obrigava a que poucas pessoas tivessem acesso às comunicações móveis e à internet e permite agora a compra de automóveis e casas por particulares.