Movicel quer três milhões de clientes
TELECOMUNICAÇÕES. Operadora tem pela frente o desafio de consolidar-se no mercado e duplicar o número de clientes antes da chegada de novos concorrentes. Está a instalar torres, mas quer chegar às 800.
A Movicel pretende reforçar a posição no mercado e duplicar para três milhões o número de clientes activos, antes da chegada dos novos operadores.
A ambição está expressa num plano estratégico definido pela operadora de telefonia móvel, que está em fase de implementação.
O director-geral, Gianvittório Maselli, garante que a Movicel “não teme a concorrência”, com a entrada em funcionamento da terceira operadora. Entende que, pela estimativa de população angolana, o mercado pode absorver quatro operadores.
Para o gestor, a taxa de penetração da telefonia móvel no país, cerca de 47%, “ainda é baixa” e compara à Namíbia que, com 2,5 milhões de habitantes, possui três operadoras. “A terceira licença foi atribuída à Angola-Telecom, mas ainda não começou a exercer por considerar que não é ainda prioridade, o quarto operador deve ser anunciado até Novembro, mas, no mínimo, vai demorar dois anos para começar a operar. Portanto, há tempo para materializar a meta pretendida”, acredita. Outra prioridade da companhia é reduzir o fosso em termos de quota de mercado em relação à Unitel.
Ao detalhar o plano estratégico ao VALOR, Gianvittório Maselli explica que os investimentos concorrem para o desafio do crescimento da carteira de clientes, lembrando que a operadora investiu, nos últimos anos, em G2, G3 e G4, e num novo sistema de facturação para garantir receitas, “acções que se juntam ao fortalecimento com fibra óptica”.
O gestor garante que esses investimentos já começam a “surtir efeito”, sobretudo no crescimento do número de clientes, registando uma variação mensal de até três mil novos usuários. No entanto, o que mais tem contribuído para a facturação são os dados que têm um crescimento superior ao das recargas de voz.
A Movicel está a montar 60 torres, mas prevê ter 800 nos próximos dois anos. O objectivo é reduzir os custos de manutenção, ligados à distância, ao arrendamento dos espaços, ao uso de geradores e combustível e à segurança, cujos valores variam, em função da zona, entre 1,5 e cinco milhões de kwanzas.
A operadora pretende alimentar todas as torres com energia da rede pública, até porque, em determinadas localidades onde foram instaladas a compra de recargas, não cobre os custos.
Angola possui uma população estimada em 28 milhões de habitantes. Estatísticas do Instituto Nacional de Comunicações, referentes a 2017, revelam que o número de usuários de telemóveis atingiu os 13 milhões, uma taxa de penetração de apenas 47%. A Unitel lidera o mercado, com uma quota de 75%. Os restantes 25% pertencem à Movicel, que ainda é participada pelo Estado, representado pela Angola-Telecom.
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