Movimento da Aliança País exonera Lenín Moreno
O Movimento da Aliança País (AP) destituiu, terça-feira (31), o presidente do Equador, Lenín Moreno, da sua direcção, aprofundando a crise política no Equador, segundo anuncio hoje (01) a AFP.
A direcção nacional da AP anunciou num comunicado "a perda imediata da sua dignidade como Presidente do Movimento Aliança País do senhor Lenín Moreno Garcés". No comunicado, a AP convida o ex-presidente Rafael Correa - hoje adversário declarado de Moreno - a acompanhar o processo de "reestruturação" do partido.
O movimento do governo, que desde que Moreno chegou ao poder – a 24 de Maio - está profundamente dividido entre partidários do presidente e de Correa, acusa o mandatário de governar com o programa da oposição e atentar contra "a unidade orgânica" do partido.
"A norma interna considera como falta grave, entre outras, as acções políticas que beneficiam objectivamente pessoas ou grupos opositores à política de Revolução Cidadã", explicou a AP atravês da sua secretária-executiva, Gabriela Rivadeneira.
O partido de esquerda, no poder desde 2007, nomeou o ex-diplomata Ricardo Patiño, ligado a Correa, para presidir a AP. "Hoje adoptamos uma decisão valente (...). O presidente da República chegou à presidência com o voto de mais de 50% dos equatorianos, não chegou com o plano de governo da oposição, mas aplica o plano de governo da oposição", declarou Patiño.
A ruptura entre Moreno e Correa atingiu a sua pior fase quando o presidente anunciou consulta popular - sem data prevista - para anular a reeleição indefinida aprovada pelo ex-presidente, uma medida que para muitos visa impedir o regresso de Correa ao poder em 2021. A crise política também envolve o vice-presidente Jorge Glas, aliado de Correa e actualmente detido sob a acusação de receber subornos milionários de empresa estrangeira.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...