UNIDADE DE NEGÓCIOS NÃO NUCLEAR DA SONANGOL

MSTelcom facturou 13 mil milhões de kwanzas em 2016

TELECOMUNICAÇÕES. Resultados operacionais dos serviços de telefonia da petrolífera estatal registaram uma ligeira redução de 0,4% face ao ano de 2015, assinala o relatório de contas, apresentado recentemente em Luanda.

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A MSTelcom, empresa prestadora de serviços de telecomunicações ao sector petrolífero, facturou 13 mil milhões de kwanzas em 2016, o que representa um aumento de 14% em relação ao ano anterior, segundo o relatório e contas da petrolífera estatal, apresentado recentemente em Luanda.

O documento destaca que, apesar da “tendência positiva” dos resultados operacionais, o negócio de telefonia apresenta “desafios importantes” por superar, sobretudo, na rentabilização dos investimentos em curso, num contexto de concorrência “mais agressiva”. Para já, a empresa equaciona investir na sua própria infra-estrutura.

Entretanto, os mesmos serviços de telefonia recuaram 0,4% face a 2015, como “resultado da conjuntura económica e das medidas de eficiência em curso no sector”, segundo o relatório, enquanto os serviços de tráfego de voz cresceram 6%, devido ao aumento de interligação.

Sobre a prestação de serviços de Internet pela unidade de negócios não-nuclear da petrolífera estatal no mesmo ano, o documento destaca que a taxa de utilização da capacidade de fibra óptica foi de 100% em Luanda (aumento de 10% em relação ao ano anterior) e de 25% (aumento de 64%) para a rede Lobito-Benguela.

Além disso, destaca um incremento na utilização da capacidade instalada, resultante da activação e expansão de diversos serviços. As taxas de utilização dos satélites das bandas C e KU mantiveram-se praticamente inalteradas quando comparadas ao período anterior. Na semana passada, o VE escreveu que o fraco desempenho da Sonair e da Clínica Girassol foram as principais razões para a redução, em cerca de 64% (1.376 milhões de kwanzas) dos lucros do negócio não-nuclear da Sonangol.

A MSTelcom - Mercury Serviços de Telecomunicações SARL - surgiu a 21 de Março de 1997 com o objectivo de gerir, manter e operar as comunicações do Grupo Sonangol. As dificuldades de comunicação intra-provincial e a falta no mercado nacional de uma empresa que garantisse fiabilidade e regularidade das comunicações, entre as várias empresas do grupo, levaram à criação de uma subsidiária que se dedicasse ao sector das telecomunicações, depois da liberação do sector pelo Estado.

CRESCIMENTO ?DE 36%, EM 2016

Saliente-se que os auditores aprovaram o relatório e contas de 2016 da Sonangol com quatro reservas, devido ao que consideraram de dúvidas relativas a 1.308.504.862 de kwanzas em activos.

O primeiro relatório na gestão da empresária Isabel dos Santos, o levantamento anual proclama um crescimento no resultado operacional de 36% para os 525 mil milhões de kwanzas, além de um resultado líquido no exercício superior a 13 mil milhões de kwanzas. O conselho de administração considerou que os números “reflectem uma inversão da tendência de queda abrupta nos exercícios dos dois anos anteriores, solidificando as bases da recuperação do grupo.

A presidente do conselho de administração destacou o crescimento num ano em que a companhia enfrentou um contexto “muito adverso”, a nível nacional e internacional. Para a gestora, os resultados obtidos apresentam-se “fundamentais” para que a petrolífera retome a condição de “força motriz da economia angolana e geradora de riqueza”.

A administração da maior companhia estatal angolana destacou ainda a manutenção da produção petrolífera que, ao longo de 2016, se manteve acima de 1.700 milhões de barris por dia, posicionando Angola como o primeiro produtor de petróleo em África. “Estes números são o resultado de muitas coisas que temos feito acontecer, algumas visíveis, como os indicadores financeiros, e outras menos visíveis”, realçou Isabel dos Santos, por altura da apresentação dos resultados.