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Mushingi, o ‘presente’ americano

12 Jul. 2023 V E Editorial

Tulinabo Mushingi, o embaixador dos Estados Unidos em Angola, é, ao que tudo indica, um diplomata de convicções inabaláveis. Mais do que isso, insinua-se também como um homem sem modéstia nem arrependimentos. Pelo menos quando se trata de ver na liderança de João Lourenço uma governação esclarecida. As comparações são inevitáveis. No pós-guerra, não há memória de algum embaixador norte-americano que se tenha colocado ao serviço do poder angolano como aquilo que se vê em Tulinabo Mushingi. Pelo menos em matéria de elogios públicos, a parte visível do seu ‘encanto’ com o poder.

Mushingi,  o ‘presente’  americano

Já em 2022, em plena campanha eleitoral, o embaixador americano decidiu pôr um carimbo na governação de João Lourenço com tal zelo e requinte, como poucos cabos eleitorais do MPLA conseguiram fazê-lo. Mushingi elogiou reformas democráticas que viu em quatro meses, mas que a sua antecessora não conseguiu enxergar num mandato completo. Especialmente a nível das liberdades de expressão e de imprensa. Criticado por alguma imprensa insubmissa, Mushingi mandou publicar, na altura, um comunicado que fez da emenda pior que o soneto. E nada mais fez. Sem arrependimentos. Sem culpas. Mesmo depois de ter sido provavelmente informado de um processo eleitoral que, até então, tinha corrido de forma, no mínimo, fraudulenta. E se não foi informado do antes, a conclusão do processo não poderia ter sido pior do que todas as fases que lhe antecederam.

Mesmo assim, transcorrido menos de um ano após as eleições, o embaixador americano continua a ser um homem “orgulhoso”. Isto perante evidências de retrocessos gritantes, ao alcance de qualquer portador de cegueira total, no processo democrático e na justiça.

Mushingi diz-se “orgulhoso” do apoio do seu país na erradicação da corrupção num país em que quase todos os dias o presidente do Tribunal Supremo é denunciado de alguma prática lesiva ao erário. Em que juízes condenados por gestão danosa tomam posse na mais alta instância do poder da jurisdição comum. Sem remorsos, o embaixador americano exalta o seu orgulho pelos avanços de um país que está à beira do colapso por contínua gestão danosa.

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