NÃO É NADA DISTO, SENHORA MINISTRA! HAJA PUDOR...
Independentemente do resultado do próximo jogo contra a poderosa Nigéria, depois da vitória face à vizinha Namíbia, Angola está de cabeça erguida na CAN 2023. Ganhe ou perca o próximo jogo com os nigerianos, os jogadores, a equipa técnica e a direcção da Federação Angola de Futebol (FAF) cumpriram o seu papel. Mas este editorial não é apenas sobre futebol, nem sobre a prestação da Selecção Nacional e muito menos ainda sobre a Copa Africana das Nações. Acima disso, é sobre a desorganização, o oportunismo, a falta de vergonha e a bajulação irritante que grassam nas hostes dos (des)governantes deste país.
Pelas declarações recentes do presidente da FAF, Artur Almeida e Silva, que se tornaram públicas, Angola chegou à CAN sem o mínimo de apoio do Estado. Toda a logística anterior foi garantida com recurso a dívidas. O Governo lavou as mãos e apenas já com alguns dias no palco da competição é que chegou à FAF um terço do orçamento que havia apresentado a quem de direito para estar no torneio.
‘Estranhamente’, perante o sucesso dos jogadores na primeira fase, à falta de vergonha de quem deveria manter-se calado somou-se o patriotismo cínico. Analistas do regime apressaram-se a atribuir o desempenho dos ‘Palancas’ aos “esforços do Executivo”; a ministra dos Desportos fez da vitória frente à Namíbia um “presente” público para o Presidente da República, e João Lourenço pôs-se a fotografar-se a assistir ao jogo, dando força aos jogadores que, antes, ele e o seu Governo em conjunto ignoraram com sucesso. Nada mais surreal...
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