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RAMIRO BARREIRA, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE HOTÉIS E RESORTS DE ANGOLA

“Nenhum dos programas do Governo, para o fomento do turismo, funcionou e perde-se muito tempo com a elaboração de estudos”

O Executivo perde muito tempo com a elaboração de estudos e mega-projectos de desenvolvimento turístico que nem sequer chegam a ser implementados, alerta o presidente da Associação de Hotéis e Resorts de Angola, que exemplifica com os ligados ao Turismo. Descontente com rumo económico, Ramiro Barreira defende a criação de taxas que possam salvar a Ilha de Luanda e a implementação de portagens nos parques turísticos.
O líder associativo avisa que o subsector hoteleiro está cada vez mais pobre, com empresários na ‘lista negra’ da banca por causa da insolvência e com mais de 100 mil técnicos a emigrar.

“Nenhum dos programas do Governo, para o fomento do turismo, funcionou e perde-se muito tempo com a elaboração de estudos”

Uma das suas promessas, quando chegou a presidente da Associação dos Hotéis e Resorts de Angola (AHRA), em Março de 2021, foi a de negociar as dívidas dos filiados que constam na lista da Central de Informação e Risco de Crédito (CIRC). Conseguiu resolver este problema?

O que nós estamos a tentar junto da CIRC é que o Banco Nacional de Angola (BNA) encontre uma solução para facilitar a negociação junto da banca para essas dívidas, porque não precisamos ter empresários depauperados e, inclusivamente, muitos deles pagaram mais de 70% da dívida. Mas fruto do contexto, não conseguiram pagar o restante. Hoje, são considerados maus empresários, mas não são. Nós tentamos trabalhar nesse sentido, naturalmente, encontramos alguma relutância. A CIRC tem de existir, tem de haver cruzamento de informação na banca, para ver quem paga, quem não paga. Mas devia haver uma sensibilidade clara deste problema. O que nós defendemos é que deve haver um pouco de responsabilidade compartidas.

 Com quem?

Com o Estado. É verdade que o Estado nunca vai aceitar a responsabilidade compartida, mas o Estado é uma pessoa de boa-fé e tem a responsabilidade social das empresas, dos trabalhadores, etc, etc. Em 2010, 2011, 2012 e 2013, quando a economia estava boa, alguns empresários foram buscar dinheiro à banca para financiar os seus projectos hoteleiros. Os estudos de viabilidade indicavam que as taxas de ocupação estavam acima dos 80%. Portanto, os indicadores eram muito bons, que permitiam a viabilidade desses projectos. A crise de 2014, 2015 e 2016 não foi uma crise desencadeada pelos empresários, aliás, eles foram vítimas dessa crise. Nós, no sector do turismo, já tivemos cerca de 230 mil funcionários e hoje não sei se passam dos 60 mil.

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