PÓLO INDUSTRIAL DO NAMIBE EM FASE DE CONCLUSÃO

Novas fábricas podem entrar em funcionamento ainda este ano

INDÚSTRIA. As obras do Pólo Industrial do Namibe estão em fase de conclusão, pelo que, o centro estará aberto a inscrições de investidores. Apesar da crise, todos os programas da direcção provincial da Indústria, Geologia e Minas estão em execução.

Duas fábricas de polimento e corte de mármore e granito, uma de cimento cola e uma de processamento de tomate poderão entrar em funcionamento ainda este ano, no Namibe. As infraestruturas, de iniciativa privada, com excepção da fábrica de tomate, encontram-se em fase de conclusão de implementação, segundo o director provincial da Indústria, Geologia e Minas, Armando Valente.

O responsável não precisou o valor orçamental das unidades industriais, pelo facto de se tratar de investimento privado, limitando-se a avançar que os investidores recorreram ao programa governamental de crédito, Angola Investe. Informou ainda que o sector da panificação também está a registar vários investimentos, bem como o sector da geologia e minas. Neste sector, por exemplo, 11 pedreiras de exploração de mármores, sete de exploração de granitos e um areeiro de exploração estão a ser criadas naquela província do Sul de Angola.

O director provincial da Indústria e Geologia e Minas afirmou que, apesar da crise financeira, todos os projectos do sector, aprovados para 2016, se encontram em execução “com normalidade”. Para exemplificar, apontou a construção do Pólo Industrial do Namibe, que está “na fase final”. No entanto, ainda não há data marcada para o lançamento e nem se conhece o número de fábricas que deverão ser instaladas na área industrial.

Com uma extensão de mil hectares, o Pólo localiza-se na zona do Saco Mar, próximo de um ramal dos Caminhos-de-Ferros de Moçâmedes em direcção ao Lubango e da estrada nacional, que liga o Namibe a Benguela e Huíla. “Olhamos para o futuro da indústria na província como promissor expectante, visto que existem projectos em carteira e todas as condições possíveis para o seu desenvolvimento, dada a existência de um porto comercial, uma linha férrea que liga as províncias da Huíla e Kuando-Kubango, com possibilidade de internacionalização”, sublinhou Armando Valente.

A província tem 155 empresas, a nível da indústria transformadora, enquanto na extractiva funcionam 25 operadoras, com maior incidência sobre a exploração de rochas ornamentais, o que perfaz um total de 180 empresas. Naquelas paragens desérticas, a escassez de energia e de água torna mais caros os custos de produção das empresas, que são obrigadas a recorrer a grupos geradores.

Pelo menos, 1.424 trabalhadores estão empregados nas áreas da indústria, geologia e minas, no Namibe. Deste número, que não agrada o responsável do sector por ficar aquém da expectativa, 17 são técnicos estrangeiros. Insuficiência de recursos humanos é o que mais preocupa a direcção de Armando Valente, que necessita de geólogos, engenheiros mineiros, geógrafos, topógrafos, químicos e biólogos. “Todavia, caso forem concretizados os projectos acima citados, propiciarão a criação de um considerável número de novos postos de trabalho, directos e indirectos”

No Namibe, existem ainda vários recursos naturais que não são explorados, como cobre, ouro, manganês, ferro, chumbo, platina, mica e xisto. Na indústria transformadora, a produção resume-se à panificação, carne, colchões de espuma, chapas de zinco e tintas. Quase toda a produção, principalmente de geologia e minas do Namibe, continuou o responsável, destina-se à exportação, por causa da insuficiência de indústrias transformadoras.

China, Espanha, Portugal e Índia são os principais destinos das exportações da terra da Welwitschia Mirabilis. “Está-se a trabalhar para que o sector mineiro ocupe o seu verdadeiro lugar na diversificação económica, tendo em conta o potencial que representa”, apontou o interlocutor.