Novo ‘player’ concorre com USACC na parceria comercial com os EUA
COOPERAÇÃO. Além da Câmara de Comércio de Angola e Estados Unidos (USACC), o mercado passa a contar com a recém-constituída AMCHAM, filial da Câmara de Comércio dos Estados Unidos.
A promoção do investimento norte-americano, no país, e as trocas comerciais entre os dois mercados contam, desde o dia 31 de Julho, com mais uma instituição, a AMCHAM-Angola, que é presidida pelo antigo director executivo da Câmara de Comércio Angola Estados Unidos (USACC).
Pedro Godinho garante ser possível as duas instituições trabalharem sem conflitos, considerando as necessidades do mercado angolano e as potencialidades do norte-americano.
“Há muita coisa por fazer, somos tão poucos para absorver os recursos e o potencial que existe do outro lado do mercado. Acreditamos que cada um vai fazer o seu trabalho. Não estamos preocupados com a existência de mais ou menos uma câmara, o mercado americano é ultra-vasto e tem recursos bastantes para que todos possamos trabalhar”, observou.
O empresário referiu que não vê “nenhuma sobreposição” com o surgimento de um novo ‘player’ nas parcerias comerciais com os EUA, por “haver uma imensidão de negócios que vai absorver tanto as capacidades dos parceiros angolanos”, o que deverá requerer o surgimento de outras iniciativas. Godinho aponta a diversidade de actuação da AMCHAM-Angola, que é filial da Câmara de Comércio dos Estados Unidos, como principal diferencial face à USACC.
“A AMCHAM assenta em quatro pilares: promoção das relações comerciais, económicas, educacionais e culturais. Outro aspecto é que a câmara de comércio domina acima de 300 milhões de negócios no mundo e dentro dos Estados Unidos acima de centenas de organizações.
A USACC foi uma organização criada especificamente para cuidar de interesses comerciais entre Angola e Estados Unidos e somente isso”, compara. Entre as vantagens de ter a filial da câmara de comércio dos Estados Unidos a operar no país, Godinho destaca o facto de tratar-se da “maior câmara do mundo, com muita influência com o sistema institucional americano e estar representada em 116 países”.
Pedro Godinho acredita que a AMCHAM-Angola pode ser “determinante” na resolução de algumas barreiras que, num passado recente, impediram a efectivação de alguns projectos de investimentos americanos no país. “Um dos aspectos que fez recuar muitas empresas americanas foi exactamente a existência de dispositivos legais nos Estados Unidos que exigem que sejam cumpridos no exterior. Por exemplo, a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior (FCPA) no estrangeiro que impede as empresas americanas de obterem resultados em troca de favores nos mercados estrangeiros”, destacou.
O empresário acrescentou que as empresas para, cumprirem com estes pressupostos, fazem ‘due intelligence’, sendo que muitas que estão nesta condição se depararam com situações que implicavam a violação a dispositivos legais nos Estados Unidos.
“Enquanto estive na USACC, acompanhei muitos processos de empresas americanas que desistiram por este motivo, devido às multas pesadas previstas”.
A AMCHAM-Angola conta, neste momento, com 21 membros, num universo de 60 empresas norte-americanas a operar no país. É constituída por 12 comités, representando igual número de sectores da economia. Os membros podem, segundo Pedro Godinho, fazer parte das duas instituições.
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