O 'BALDE DE ÁGUA FRIA' DE MASSANO
João Lourenço e José de Lima Massano protagonizaram o primeiro episódio de desencontro no que respeita ao papel do BNA na gestão da corrente crise cambial. Em 19 de Junho passado, enquanto tomava posse, Manuel Tiago Dias recebeu orientações directas do Presidente da República para recolocar o kwanza numa posição mais forte e controlar a inflação. Descurando a profundidade do cenário de crise, Lourenço fez questão apenas de lembrar a Tiago Dias que o BNA deve responsabilizar-se pela sua obrigação constitucional fundamental. De Tiago Dias nada se ouviu que contrariasse a exigência do Presidente. Pelo contrário. Apesar de ser suficientemente conhecedor das limitações estruturais e conjunturais que impedem o cumprimento da exigência de João Lourenço no curto prazo, Tiago Dias prometeu trabalhar para estabilizar o kwanza e controlar os preços.
O compromisso do novo governador, ainda que suavizado com o reconhecimento de que não se trata “de uma tarefa fácil”, convergiu com as expectativas do Presidente e alimentou a falsa ideia de que actualmente está mesmo nas mãos do BNA o poder de dar ao kwanza uma posição mais digna.
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