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Jorge Baptista, Associação dos Empreendedores de Angola (AEA)

“O comércio está entre 70 e 80% nas mãos de cidadãos estrangeiros”

06 Jul. 2022 Grande Entrevista

Foi impedido de concorrer ao concurso público para a alienação de uma fábrica de tintas pertencente à Sonangol, sob o pretexto de ter chegado tarde. Empresário há 30 anos e presidente da Associação dos Empreendedores de Angola (AEA), Jorge Baptista lamenta a normalização de favoritismos em benefício de certas empresas do interesse do Governo e acredita que a corrupção não terá fim com João Lourenço.

“O comércio está entre 70 e 80% nas mãos de cidadãos estrangeiros”

Que análise faz da execução das políticas económicas do Governo nestes últimos cinco anos?

O Executivo tentou implementar alguns programas que, sabemos, nem todos correram bem. Não consigo fazer este diagnóstico porque não tenho dados. Falou-se de vários projectos, o desembolso de muitos créditos para alavancar o sector económico e empresarial, mas não há dados e fica difícil avaliar o desempenho. É sabido que o país importava muita coisa, hoje já se produz alguma coisa do sector agrícola, principalmente as hortícolas e mais algumas coisas. Isso veio desafogar o desequilíbrio que a balança comercial do país tinha, importava quase tudo e exportava exclusivamente petróleo.

Os empresários não sentiram o impacto das políticas?

Além da crise, tivemos o problema da covid-19 e, como durante dois anos, as empresas quase que não conseguiam funcionar, ou seja andavam a sobreviver, houve algumas medidas de impacto para ajudar as empresas que reclamavam várias situações relacionadas com a sua produtividade. Estas medidas foram, no fundo, um crédito para que as empresas pudessem estar bem preparadas, com melhor tesouraria. De medidas não se viu nada, porque temos medidas de alívio, mas depois temos dificuldade. O acesso ao crédito continua difícil para aquelas pessoas que precisam ir à banca. Obviamente, eu na qualidade de empresário, porque não tentei ir à banca, não senti porque tinha as coisas minimamente controladas. Mas a maior parte dos empresários reclama há algum tempo, desde 2013, que a situação não está fácil.

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