ANTÓNIO LEAL, ADMINISTRADOR E DIRETOR-GERAL DA SCORE DISTRIBUIÇÃO

“O processo das importações é muito burocrático, com custos elevados e paga-se por tudo”

Em Angola há pelo menos 12 anos, António Leal está à frente de um grupo na área da distribuição que alimentou o sonho de gerir duas marcas que acabaram fundidas, o Deskontão e o Mel. Imprevistos com o parceiro financeiro inicial do grupo ditaram vários reajustes nos planos. Hoje, o também director-geral do Deskontão confessa que gostaria de correr como a concorrência, em matéria de expansão, se tivesse acesso aos mesmos recursos, e não deixa de apontar as dificuldades de quem opera no sector. Desde as de natureza financeira, cambial, operacional, a relação com os fornecedores e a gestão, de uma forma global.  

“O processo das importações é muito burocrático, com custos elevados e paga-se por tudo”

O Deskontão abriu a primeira loja em 2013 e vai agora abrir a sexta. Os números estão dentro do programado?

Não. O projeto, no início, era muito mais ambicioso do que aquilo que se veio a revelar no tempo, fruto de algumas situações, não só do mercado, mas também relacionadas com o parceiro financeiro inicial que acabou por comprometer, de alguma forma, essa continuidade. O que era perspectivado acabou por não se concretizar no início do projecto. O projecto iniciou em 2009, teve como primeira unidade, em termos de abertura, esta loja (Nova Vida) em 2013, que começou a ser construída em 2011. Esta que seria a principal loja de suporte, após as outras lojas mais pequenas, demorou dois anos a ser construída. A partir de 2014, tivemos alguns constrangimentos com o parceiro financeiro e acabamos de alguma forma por comprometer toda a expansão perspectivada.

 Ultrapassados esses problemas, como é que está projectado o futuro?

No ano passado, quando definimos o nosso plano estratégico a três anos, dissemos que iríamos abrir, em três anos, três lojas. Vamos abrir a segunda loja nesta terça-feira, 29. Temos perspectiva de abrir a terceira no terceiro ano desse mesmo plano. Portanto, estamos a cumprir aquilo que nos propusemos fazer. Depois vamos controlar a expansão. A nossa intenção é continuar, até porque uma empresa deste tipo, acima de tudo, é uma empresa que precisa de uma massa política para ganhar volume, para conseguir tornar-se mais forte e mais competitiva no mercado.  O que acontece é que, se não o fizermos, estaremos a correr o risco de perder esse crescimento e comprometer os resultados da companhia. É importante que se continue com a expansão, mas uma expansão prudente na medida em que o mercado é cada vez mais concorrencial. Temos de dar os tiros certos, não podemos estar de forma desenfreada a abrir lojas, até pelos investimentos que isso acarreta, temos que ser muito selectivos nas localizações, que é factor fundamental para lojas desse tipo, e continuar esse plano em sítios em que se justifique a abertura de um  Deskontão. Vamos estar com esse objectivo.

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