ANGOLA GROWING
PAULO BRACONS, CONSULTOR DE SEGUROS

“O sector continua muito dependente dos seguros de saúde e de petroquímica, que representam mais de 50% dos prémios”

Antigo CEO da Sanlam e da Fortaleza Seguros alerta sobre os riscos do crescimento do seguro de saúde nos últimos anos, que poderá “não ser sustentável e rentável a curto prazo”. Paulo Bracons aconselha a que se repense, com urgência, este produto, que juntamente com
o seguro da actividade petrolífera representam mais de 50% dos prémios do mercado.

“O sector continua muito dependente dos seguros de saúde e de petroquímica, que representam mais de 50% dos prémios”

Embora esteja distante de Angola, onde já trabalhou mais de seis anos, acha que o mercado angolano de seguros e de fundos de pensões continua atractivo e com as mesmas potencialidades?

O mercado angolano de seguros tem um grande potencial, mas que ainda está longe de ser aproveitado. Os seguros obrigatórios, em particular o seguro automóvel e o seguro de acidentes de trabalho, continuam com uma baixa penetração e o retalho, as PME e as micro-empresas ainda são pouco trabalhados. Houve algum desenvolvimento no retalho, em particular nos canais de ‘bankassurance’. Nos canais agentes, salvo algum investimento específico de poucas seguradoras, pouco tem sido feito. O sector continua muito dependente dos seguros de saúde e da petroquímica, que representam mais de 50% dos prémios, e esta concentração não é a melhor para o desenvolvimento do sector em Angola.

 E como se pode reverter esta situação?

É necessário haver um maior equilíbrio entre ramos/linhas de negócio, com maior peso dos ramos automóvel, acidentes de trabalho, multirriscos e vida. Só assim se pode cumprir a necessária ambição de aumentar a penetração de seguros no PIB (Produto Interno Bruto), que ainda está abaixo de 1%. As autoridades têm falado na necessidade de Angola evoluir para níveis de penetração de seguros no PIB próximos dos da zona da SADC, ou seja, 3% do PIB. Ainda temos um longo caminho a percorrer em Angola, em particular no ramo vida, que, nos países da SADC têm um peso significativo nos prémios.

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