REDUÇÃO E GESTÃO DOS RESÍDUOS ENTRE AS PRIORIDADES

ONU pede um ‘Acordo Mundial’ contra a poluição

CONSERVAÇÃO DA NATUREZA. Instituição argumenta que se pode fomentar a inovação e contribuir para travar a poluição “se se mobilizarem fundos e se investir na promoção de um desenvolvimento com baixas emissões de CO2.”

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O Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA) pediu um “acordo mundial” contra a poluição que abranja os sectores público e privado, fomente a produção e o consumo sustentáveis e invista “em grande” em tecnologias ecológicas. As propostas do PNUMA, segundo a Reuters, surgem plasmadas no relatório intitulado ‘Rumo a um mundo sem poluição’, apresentado na passada semana, em Bona, no âmbito da Cimeira do Clima (COP23), uma reunião que visou preparar um roteiro face aos objectivos do Acordo de Paris sobre a redução de emissões de gases com efeito de estufa, em vigor há um ano.

O PNUMA argumenta que se pode fomentar a inovação e contribuir para travar a poluição “se se mobilizarem fundos e se investir na promoção de um desenvolvimento com baixas emissões de CO2”, bem como com “uma produção e um consumo menos poluentes”.

Também defende que “se destinem mais fundos à investigação e à vigilância sistemática, gestão e controlo da poluição e às infra-estruturas necessárias para essas tarefas”.

Na perspectiva da agência das Nações Unidas, considerou-se durante demasiado tempo que “o combate à poluição representa custos para a indústria e um obstáculo ao crescimento económico”, o que o PNUMA classifica de errado.

“As tendências mundiais desmentem essa ideia”, diz o relatório, citado pela agência de notícias espanhola Efe, que destaca “o desenvolvimento sustentável como a única forma sensata de desenvolvimento a partir de todos os pontos de vista, incluindo o financeiro e o económico”.

“O investimento em tecnologia verde é uma estratégia para alcançar a rentabilidade a longo prazo e a prosperidade universal”, afirma o PNUMA, que realça o “rápido embaratecimento” das energias renováveis e assegura que os primeiros países que substituam os combustíveis fósseis pelas energias solar e eólica irão granjear uma vantagem competitiva relativamente ao resto.

A seu ver, é preciso “uma nova abordagem de gestão” do sistema económico como um todo e do estilo de vida ocidental moderno: “Há que promover o consumo e a produção sustentáveis e fomentar o uso eficiente dos recursos” que dê prioridade à “redução e gestão dos resíduos”.

Neste âmbito, o PNUMA acredita que a liderança política e as alianças “são necessárias” para que se avance com um acordo mundial contra a poluição que garanta “a colaboração das mais altas instâncias”.

A prevenção “converter-se-ia numa prioridade para todos e encorajar-se-ia” a classe política e empresarial “a integrar a prevenção no planeamento nacional e local”, bem como “nos processos de desenvolvimento” e nas “estratégias empresariais e financeiras”, realça o texto.

O PNUMA sublinha ainda a importância de se fortalecer o governo multilateral no campo ambiental e de adoptarem medidas “direccionadas especificamente aos poluidores mais agressivos”, mediante a avaliação de riscos e uma aplicação mais rigorosa da legislação relativa ao meio ambiente.

Além disso, o PNUMA destaca ser necessário informar os cidadãos, motivando-os a fazer a sua parte, e “promover o compromisso dos sectores público e privado com as estratégias mais ousadas de combate à poluição”. Neste contexto, a agência da ONU mostra-se optimista e pede mais ambição, aproveitando a coincidência de quatro factores que, combinados, podem dinamizar a transformação que exige.

Esses factores são uma crescente consciencialização pública, um conhecimento científico mais preciso sobre os efeitos da poluição, um desenvolvimento tecnológico avançado e a existência de agentes financeiros mais sensibilizados para a questão do ambiente.