PCA da Bodiva e ‘Zenu’ dos Santos na lista de contas milionárias na Suíça
O presidente do Conselho de Administração da Bolsa de Valores de Angola, António Gomes Furtado, é um dos dirigentes angolanos que integra uma lista de empresários e políticos alegadamente envolvidos em ‘lavagem de dinheiro’, numa investigação feita ao banco Credit Suisse.
A investigação revela que o presidente da Bodiva teve duas contas, entre 1998 a 2013, em que uma delas apresentava um saldo de cinco milhões de euros. Na altura, António Gomes Furtado era governador do Banco Nacional de Angola (BNA) e chegou a ser vice-ministro das Finanças.
Um consórcio internacional, que junta mais de 160 jornalistas de 39 países, revela nomes de políticos e empresários, em todo o mundo, com contas na Suíça de proveniência duvidosa. A investigação demonstra que, ao longo dos anos, o banco suíço manteve contas secretas, muitas delas, controladas por corruptos, entre políticos e empresários, ditadores e traficantes de droga.
A investigação, denominada Suisse Secrets, partiu de uma fuga de informação partilhada pelo jornal alemão Suddeutsche Zeitung, o mesmo que deu origem ao Panama Papers. O consórcio integra o jornal português Expresso.
Além do líder da Bodiva, também Filomeno dos Santos (‘Zenu’) surge na lista, em que aparecem outros nomes de angolanos tidos como “problemáticos”. Neste caso, a investigação adianta que o filho do ex-Presidente da República chegou a ter uma conta de 17 milhões de euros, em 2009, ainda antes liderar o Fundo Soberano. A conta foi encerrada em 2013.
O jornal Expresso tentou obter reacções de ‘Zenu’ dos Santos e de António Gomes Furtado, mas sem sucesso. Mas não são os únicos angolanos a integrarem a lista. O antigo presidente do Banco Espírito Santo de Angola (BESA), Álvaro Sobrinho, e o ex-administrador do banco Hélder Bataglia também aparecem envolvidos, cada um com 12 contas cada e ainda mais três em conjunto. Álvaro Sobrinho recusou-se a fazer qualquer comentário, enquanto Bataglia assume “não se lembrar” de ter tido contas em conjunto com o antigo líder do BESA.
A investigação destapa uma lista de nomes, com contas avultadas naquele banco, que é o segundo maior da Suíça. Entre os clientes, surgem os nomes do antigo primeiro-ministro da Ucrânia, Pavlo Lazarenko, de dois antigos colaboradores directos do antigo presidente egipcio Hosni Mubarak, dirigentes da Venezuela e mais de 100 portugueses.
Numa primeira reacção à notícia do consórcio, o Credit Suisse garante que “cumpre a lei, em conformidade com todas as leis e regulamentos globais e locais”. O banco acrescenta ter tomado medidas “importantes no contexto das reformas financeiras suíças” e “investimentos no ‘compliance’ e na luta contra a criminalidade financeira”.
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