Peixe impróprio foi autorizado pelo LANCOQ
O peixe do tipo pescada encontrado no supermercado Alimenta Angola e considerado impróprio para o consumo humano pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), após análises laboratoriais, teve um ano antes o selo de qualidade do Laboratório Nacional de Controlo da Qualidade (Lancoq), de acordo com o certificado consultado pelo Valor Económico.
Passado a 23 de Dezembro de 2020, três dias antes da colheita, o certificado atestava que o produto era “próprio para o consumo humano”, sentença contrária aos resultados das análises realizadas pelo SIC, depois de uma denúncia que alegava tratar-se de peixe plástico. Segundo o SIC, o produto era impróprio porque continha uma substância que “muda a sua forma.”
Mário Arão, director administrativo do Alimenta Angola, explica que o produto foi comprado à Undeep Angola, mediante o boletim de análises do Lancoq. "A denúncia da cliente é que o peixe é plástico, em nenhum momento o SIC veio a confirmar. O que houve são algumas alterações químicas, não é que esteja impróprio para o consumo humano”, explica, salientando que não optaram pela contra-análise “por causa do tempo”, mas que acabaram por enviar um protesto ao órgão de investigação e à Aniesa.
“Não fomos multados, tratámos do processo na normalidade e ficámos estupefactos com as condições criadas no final. O processo só foi acompanhado pelo SIC, mas lá [no dia da incineração] já estava a Aniesa, o Ministério das Pescas, órgãos que não acompanharam o processo”, lamenta.
Em todo o caso, a destruição dos 300 quilogramas de peixe não constituiu perdas para o supermercado, já que a empresa vendedora restitui com nota de crédito.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...