Pequenas tecnológicas esquecem lucros
VENDAS. Operadores justificam-se com o facto de contar, entre os clientes, com instituições que estão concentradas no combate à crise sanitária.
Pequenas empresas do ramo tecnológico afirmam que, apesar de a tecnologia servir de recurso para muitas empresas e instituições contornarem as limitações impostas pela pandemia da covid-19, o aumento da procura não representa, para já, a acumulação de “grandes lucros.”
João Teta, representante da Pavest, responsável pela aplicação de rastreio online da covid-19, encara o aumento de solicitações, maioritariamente em consultoria, como contribuição para o combate à pandemia, tendo em conta que parte dos clientes são instituições públicas empenhadas na luta, razão pela qual afasta imediatamente o lucro. “Falar de ganhos financeiros nesta fase, pelo menos no princípio, parece-me ser uma ilusão. Há outros ganhos em termos de forma de trabalhar e nova atitude perante os desafios”, explica.
Não diferente, o CEO da Fidel Software, Fidel Pedro, também considera que o aumento não corresponde ao rendimento pretendido, pois a sua empresa tem servido de “mão caridosa” para a digitalização de outras empresas. O gestor explica que, neste período, a empresa registou mais solicitações para a criação de lojas virtuais e alojamento de sites corporativos e consultoria em marketing de conteúdo. Ainda assim, refere, a operação é onerosa porque os principais fornecedores de domínio são grandes empresas estrangeiras, o que obriga a pagamentos em divisas, “enquanto os nossos clientes pagam pelos serviços em kwanza, em desvalorização”.
Mas, se uns não vêem qualquer lucro, há quem consiga tirar da operação alguma margem de rendimento. É o caso da Angoimagem que, somente em patrocínio de páginas nas redes sociais, facturou perto de um milhão de kwanzas. O seu CEO, Francisco Lemba, explica que houve aumento da procura destes serviços, sobretudo por parte de artistas e empreendedores. “Nesta fase, temos recebido muita solicitação devido à pandemia”, admite, destacando, entre os serviços mais solicitados, a criação de lojas, sites e venda de domínio.
Cenário idêntico, mesmo sem atendimento presencial, vive a Ms Company. A empresa conseguiu escapar do sufoco financeiro em que caminhava graças ao aumento, a 27%, de clientes a solicitar patrocínio de páginas nas redes sociais e marketing digital. O que, segundo a empresa, constitui um “balão de oxigénio” para continuar no mercado após a pandemia.
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