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´CORE BUSINESS´ PASSOU PARA DESCARGA DO PESCADO

Pescangol reestrutura negócio

PESCAS. Empresa descarrega, em média, cerca de 150 mil toneladas de pescado no Porto Pesqueiro, da Boavista, em Luanda, que são encaminhadas, sobretudo, para as zonas mais afastadas do litoral.

A Pescangol já fez parte da extinta Unidades de Empresas Estatais (UEE) e dedicava-se exclusivamente à captura, transformação e comercialização de pescado. Com a mudança do objecto social, a Pescangol definiu como negócio ‘core’ a descarga do pescado, mas incluiu também a atracagem de barcos, o abastecimento de combustível e água, além da operacionalização de novas câmaras frigoríficas, para a conservação do pescado. O PCA da empresa, Pereira Mayomona, explica que essas câmaras constituem “uma mais-valia”, já que permitem a conservação do peixe no local, evitando a descarga em camiões e o transporte imediato para os centros de consumo. O entreposto frigorífico, com capacidade para conservar duas mil toneladas de peixe, foi inaugurado há alguns meses, no Porto Pesqueiro, da Boavista, em Luanda, para aumentar a capacidade de conservação e reduzir a queda das capturas, tendo implicado um investimento de cerca de 167 milhões de kwanzas, de fundos próprios e alheios.

A ministra das Pescas, Victória de Barros Neto, qualificou na altura como “exemplar” a parceria público-privada, que resultou na instalação das câmaras frigoríficas. Segundo a governante, o objectivo era aumentar a disponibilidade de câmaras de frio em todo litoral, tendo em conta o desenvolvimento da pesca continental e o aumento da capacidade de conservação no interior.

Para a Pescangol, o maior desafio passa por constituir um lote local de pescas que vá ao encontro dos armadores de pesca e grossistas, onde deve ocorrer a primeira venda do pescado.

A implementação de um lote de pescas “vai ajudar o Executivo a acompanhar a evolução, depois da compra dos grossitas”, destaca o PCA. E o Ministério do Comércio vai poder regular as margens de preços, “um procedimento que ainda não acontece com prejuízo para o Estado”. Neste momento, a empresa descarrega apenas produtos congelados, mas a intenção é incluir os frescos, necessidade que deve ser coberta com a instalação de uma fábrica de gelo e um túnel de congelação.