Pescangola com perdas mensais de 40 milhões kz
A Pescangola acumula perdas mensais de 40 milhões de kwanzas desde Maio de 2019, altura em que cedeu um navio à comissão interministerial encarregada da ‘Operação Transparência’ por ordem do extinto Ministério das Pescas.
![Pescangola com perdas mensais de 40 milhões kz Pescangola com perdas mensais de 40 milhões kz](https://valoreconomico.co.ao/uploads/images/2020/05/pescangola-com-perdas-mensais-de-40-milhoes-kz-1589292019.jpg)
Os cálculos são do presidente do conselho de administração da empresa, Sebastião Macunge, para quem as perdas agravam a situação financeira da Pescangola que já se arrasta “em mares de dificuldades há anos”, estando ainda responsabilizada pela manutenção do referido navio.
“A comissão requisitou este meio para duas a três semanas, a verdade é que o navio continua na posse da mesma comissão, mas nós continuamos a suportar os custos, quer de manutenção do aparelho, quer do pessoal que está a bordo”, explica Macunge.
Em 2018, a frota da empresa reduziu 50% para 50 embarcações operacionais, devido a problemas técnicos. Mas a baixa captura e a paralisação de infra-estruturas, como o porto pesqueiro do Tômboa e a doca flutuante da Baía de Luanda, constam também das preocupações.
Na última quinta-feira, 7, o ministro da Agricultura e Pescas, António de Assis, mostrou-se, entretanto, “perplexo”, face à realidade da empresa, admitindo que as instalações “estão muito velhas” e que a tecnologia utilizada está em desuso, o que o levou a assegurar tudo fazer para dar outro vigor à Pescangola. “Sentimos que temos de trabalhar para melhorar alguns procedimentos, de forma que se restaure o vigor e a importância”, detalhou.
Para o economista Miguel Cristóvão, a revitalização da Pescangola e outras empresas do sector deve ser feita “com urgência”, de modo a evitar-se um possível estado de insolvência. O processo de revitalização, refere, pode abarcar o “fortalecimento da pesquisa de fontes de energias alternativas, a biomassa, permitindo a expansão das embarcações, além de garantir o desenvolvimento sustentável dos recursos.”
O ministro António de Assis também visitou a Edipesca, cujas obras de reabilitação, previstas para o primeiro trimestre do corrente ano e orçadas em 57 milhões de dólares, até ao momento não tiveram arranque.
AFINAL NÃO ERA UM MILAGRE, ERA UMA TRAGÉDIA