Pescangola depois da “desordem”
A administração da Pescangola, que tomou posse em 2016, revelou ter encontrado a empresa portuária numa “desordem”.
O presidente do conselho da administração revela que, “entre outras irregularidades, quando chegasse um barco, todo o mundo entrava e não havia controlo”. Sebastião Macunge não tem dúvidas de como era feita a contabilidade: “Era falsa. A empresa recebia informação de que uma embarcação carregava 250 toneladas quando, na verdade, eram 300 e a Pescangola recebia apenas as receitas correspondentes às toneladas declaradas”.
Apesar de não hesitar em descrever essa desordem, Sebastião Macunge salvaguarda que “não pretende criar a ideia de estar a criticar a anterior administração”, mas reforça que “se fizer uma comparação de números, 2017 foi para a Pescangola um ano melhor em comparação ao de 2016”. “Havia uma imagem de desorganização e desordem que tivemos de mudar”, sublinha o PCA, acrescentando que, no entanto, “ainda há muita coisa por mudar, como a descarga que ainda contém fraquezas”.
Uma das medidas previstas é munir a empresa de recursos para se montar um sistema de balança na entrada do cais, o que vai permitir saber as quantidades exactas que as viaturas carregam.
A montagem de um sistema de vídeo-vigilância é outra das medidas que pretende acabar “com práticas antigas”. Mas o PCA faz depender a aplicação das medidas do orçamento disponível.
Mesmo com mudanças, a empresa não escapa às notícias negativas. Em Dezembro, alguma imprensa dava conta de uma sindicância, por alegado desvio de mais de mil milhões de kwanzas. Sebastião Macunge “nega” essas denúncias e acusa um grupo de trabalhadores “inconformados com as mudanças operadas, alguns exonerados, que tentaram passar essa ideia”. O PCA garante que uma equipa de inspecção do Ministério das Pescas analisou as contas e não encontrou irregularidades.
No ano passado, a Pescangola investiu mais dois milhões de dólares na recuperação de uma doca e na parte de um cais destinado à atracagem. Para 2018, prevê iniciar a reparação naval, taxar o lixo produzido pelas embarcações e aproveitar o espaço, cobrando o parqueamento de viaturas. A Pescangola gere todos os portos pesqueiros, entre eles, o da Boavista. Em breve, será inaugurado o do Tômbua e um outro está projectado para o Kwanza-Sul.
A empresa tem três embarcações, um petroleiro, que compra à Sonangol combustível para vender aos armadores de pesca, um rebocador e um de cabotagem.
JLo do lado errado da história