Peter Hill convencido a manter-se no cargo
AVIAÇÃO. Transportadora aérea de bandeira desmentiu informação que dava conta da demissão do presidente do conselho de administração e sua equipa. Fonte do VE garante que o gestor britânico recuou da decisão.
presidente do conselho de administração (PCA) da TAAG, Peter Hill, terá sido persuadido a reconsiderar a ideia de abandonar a gestão da transportadora aérea nacional, apurou o VALOR de fonte da empresa, no seguimento das últimas informações postas a circular que davam conta do pedido de demissão do gestor britânico e da sua equipa.
A reunião em que o gestor que representa a Emirates terá apresentado a sua demissão ocorreu, segundo a fonte, na última semana, por volta do dia 9 de Maio, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro.
A intenção de saída de Peter Hill foi percebida pelas autoridades angolanas como um “verdadeiro risco” para a reforma em curso que visa transformar a TAAG numa companhia de referência em África, segundo a fonte do VALOR que, mais do que as razões de saúde mencionadas na notícia de demissão já desmentida, avança “problemas de gestão” na base do alegado descontentamento do PCA da transportadora nacional.
Em comunicado divulgado na última quinta-feira, o conselho de administração da TAAG afirmou, entretanto, que, em nenhum momento, o PCA e respectiva equipa apresentaram pedido de demissão. O documento acrescenta que a administração se encontra em pleno exercício das funções, “determinada” a implementar o ‘Plano Estratégico de Negócios’, definido no acordo assinado entre as autoridades angolanas e a Emirates. De acordo com a leitura da TAAG, as notícias que divulgam factos infundados sobre a empresas visam, sobretudo, a desestabilização do processo de transformação da companhia e do colectivo de trabalhadores. “Não será com uma campanha de obstaculização do processo em curso que a administração irá abdicar da missão para a qual foi mandatada e apela a todos os trabalhadores e público em geral a não prestarem credibilidade a notícias insidiosas com propósitos desconhecidos”, lê-se no comunicado distribuído à imprensa.
Num outro desenvolvimento, a TAAG confirmou o encerramento das lojas de venda de bilhetes nas cidades de Lisboa (Portugal) e Paris (França), processo que brevemente deve atingir também a loja na cidade do Porto, também em Portugal. Relatos que chegavam, na última semana, da cidade de Lisboa davam conta que os passageiros passaram a ser obrigados a deslocar-se todos à loja do aeroporto, situação que terá provocado vários constrangimentos.
Fonte oficial confirmou os factos, mas remeteu qualquer esclarecimento adicional a um comunicado que a TAAG divulgaria na última sexta-feira, incluindo as razões dessa decisão da equipa de Peter Hill. Até ao fecho desta edição (noite de sexta-feira) a TAAG ainda não havia distribuído à imprensa qualquer comunicado.
MELHORES RESULTADOS EM 2016
Recentemente, o conselho de administração (CA) da TAAG apresentou os resultados de 2016, em que destacava o corte dos prejuízos operacionais da transportadora pública em 97,1% para os cinco milhões de dólares, face ao exercício anterior. Em 2015, a transportadora registou perdas de 175 milhões de dólares, desempenho que não é imputado, entretanto, ao actual CA, uma vez que a equipa da Emirates passou para a gestão das TAAG apenas no fim do terceiro trimestre do ano.
A empresa que apresentou resultados “dramaticamente melhores em 2016” apontou, entre outras medidas, a redução do pessoal efectivo, que baixou em cerca de 8,4%, saindo dos 3.559 para os 3.268 funcionários, através de reformas planeadas. Com o controlo da gestão da TAAG, a partir de 15 de Setembro de 2015, através do acordo entre o Governo e a Emirates, a equipa de Peter Hill concentrou-se na eliminação de custos “desnecessários”, na melhoria da contabilidade e gestão financeira, além de ter redesenhado a rede de rotas e horários dos voos. Conjunto de tarefas que, colectivamente, elevaram o desempenho financeiro da empresa e mantiveram uma “operação segura e eficiente”, segundo o PCA da companhia.
Na avaliação do gestor britânico, os custos “tão elevados” que transitaram de exercícios anteriores impediram a companhia de apresentar resultados positivos em 2016, o que seria “uma notável reviravolta que, de certeza, encontra poucos paralelos no negócio da aviação”.
Em finais do ano passado, Peter Hill foi protagonista de uma polêmica à escala nacional, depois de declarar, em entrevista ao VALOR, retomada por vários órgãos de comunicação social, que as reformas na TAAG só seriam possíveis com o estrangeiro, face às pressões a que estaria sujeito qualquer gestor angolana.
BCI fica com edifício do Big One por ordem do Tribunal de...