PGR responde Isabel dos Santos elevando o valor da dívida reclamada
Até ao final do ano passado o Estado reclamava cerca de 1,1 mil milhões de dólares no processo cívil, além dos 38 milhões de dólares transferidos supostamente de forma ilegal das contas da Sonangol.
Depois de em Dezembro ter reclamado uma dívida de pouco mais de 1.136 milhões de dólares para justificar o arresto do património de Isabel dos Santos, a Procuradoria-Geral da República fixa, agora, o valor em cinco mil milhões de dólares.
Ao VALOR, assessores de Isabel dos Santos garantem ser a primeira vez que a empresária toma conhecimento que o Estado reclama “não mais cerca de 1,2 mas sim cinco mil milhões de dólares. Nunca falaram em cinco mil milhões, ontem foi a primeira vez”.
O novo valor vem expresso no comunicado da PGR de resposta a denúncia de Isabel dos Santos, segundo a qual o Ministério Público solicitou o arresto do património com recurso a documentos falsos, incluindo um passaporte, para provar a suposta intenção de Isabel dos Santos transferir ilegalmente os seus bens para o exterior
“Correm contra Isabel dos Santos vários processos de natureza civil e criminal em que o Estado reivindica valores superiores a cinco mil milhões de dólares”, lê-se no comunicado. O referido valor, entretanto, representa um valor superior em mais de 300% comparativamente aos reclamados até Dezembro de 2019.
Além dos cerca de 1.136 milhões de dólares referentes ao processo civil, o Governo reclamava ainda, mas já referente ao processo crime, cerca de 38 milhões de dólares supostamente transferidos da contas da Sonangol depois de Isabel dos Santos ter sido exonerada.
Em Abril, ao reagir o arresto das participações sociais na Efacec, a empresária estimava em cerca de 2,7 mil milhões de dólares o valor dos bens arrestados, salientando que era superior ao suposto crédito reclamado (1,1 mil milhões de euros).
O arresto preventivo de contas pessoais de Isabel dos Santos, Sindika Dokolo e de Mário da Silva, assim como de nove empresas nas quais detêm participações sociais foi decretado, em Dezembro de 2019, pelo Tribunal Provincial de Luanda.
Na ocasião, o Tribunal considerou estarem "reunidos os requisitos para se decretar o arresto preventivo". E entre as provas constava que Isabel dos Santos vinha “encetado contactos para investir no Japão”. É esta acusação que a empresária desmente, agora, mostrando, entre outros argumentos, ser falso o passaporte que consta do processo como prova das movimentações que fazia para investir no Japão.
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