Portugal condiciona apoio no repatriamento de capitais
Lisboa garante colaboração no repatriamento de capitais angolanos, desde que não fique prejudicada. António Costa disse isso mesmo a João Lourenço, na visita oficial do Presidente de Angola.
O primeiro-ministro português, António Costa, prometeu a "total colaboração" de Portugal, "técnica, jurídica e fiscal", ao repatriamento de capitais ílicitos que estejam alocados em Portugal. No entanto, ressalvou, desde que isso "não coloque em causa a estabilidade do sistema financeiro" português. "Mais do que saber onde estão colocados os depósitos, mais importante é saber quem são os titulares desses depósitos", reforçou o chefe do governo português.
António Costa revelou que essa posição foi transmitida e "concertada" com o Presidente da República, em que João Lourenço garantiu que um possível repatriamento de capitais e fortunas "não colocará em causa o sistema financeiro português".
Na declaração final, do encontro entre os dois governantes, António Costa fez questão de sublinhar que "todo dinheiro que pertence a Angola, a Angola seja contabilizado".
Dito de outra forma, o primeiro-ministro português deu a entender que o dinheiro transferido para Portugal possa ter entrado no sistema financeiro português e até seja pertença de investidores ou empresas lusas. Além do combate à corrupção, o retratiamento de capitais ilícitos tem sido um dos principais 'cavalos de batalha' na política de João Lourenço.
O Presidente da República insiste que, até Dezembro, queria que os empresários angolanos fizessem regressar o dinheiro a Angola e começassem a investir no país.
Recentemente, em entrevista a um semanário português, João Lourenço admitiu que essa meta estava longe de ser atingida e que, até agora, não sabia quanto dinheiro estava no estrangeiro de forma ilícita.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...