PR apela a empresários dos Emirados para investirem “sem medo” em Angola
O Presidente apelou a empresários dos Emirados Árabes Unidos (EAU) para investirem "sem medo" em Angola, "país de grandes oportunidades" e que, em pouco tempo, "criou um ambiente de negócios favorável", noticia hoje, 16, a Angop.
João Lourenço respondia a questões colocadas num painel sobre o Futuro e Desenvolvimento de África com o seu homólogo do Mali, Ibrahim Boubacar Keïta, na abertura da Cimeira sobre Futuro Sustentável, enquadrada na Semana da Sustentabilidade de Abu Dhabi, iniciada nesta segunda-feira, 13, e que termina no sábado.
Priorizando as áreas de exploração petrolífera, turismo, agricultura e indústria, João Lourenço indicou, porém, que o investimento é bem-vindo "em qualquer outro domínio". O chefe de Estado lembrou outra prioridade do executivo que lidera, o “combate efectivo" à corrupção e à impunidade, com o objectivo de moralizar a sociedade e melhorar o ambiente de negócios.
Segundo João Lourenço, a corrupção é um dos "maiores males" com que "a classe política, ou parte dela", lidava na gestão do erário e que, como consequência, acabava por afectar a sociedade.
A aposta na diversificação económica, insistiu, “é fundamental" para priorizar a redução da dependência do petróleo, pelo que, no apelo aos empresários dos EAU, o Governo está a incentivar uma maior presença do sector privado na economia do país e "reduzir a excessiva intervenção do Estado".
Antes das perguntas do empresariado local, e numa intervenção de fundo na cimeira mais centrada sobre o continente africano, João Lourenço defendeu que, para se desenvolver, África terá de vencer os desafios do analfabetismo, electrificação e industrialização.
"África precisa de vencer três grandes desafios: acabar com o analfabetismo, eletrificar-se e industrializar-se para se desenvolver. Para isso, precisamos de (…) mão de obra qualificada, quadros superiores, cientistas e investigadores, valorosas peças de arte, matéria-prima em estado bruto, e até fortunas pessoais que deviam servir as nossas economias e que continuam a sair de África para o resto do mundo em condições desfavoráveis", sublinhou.
Segundo João Lourenço, África precisa de fazer "o inverso", atrair para o continente o que há de melhor no mundo, como o conhecimento, os avanços da ciência e da tecnologia, o capital, o investimento privado e ‘know-how’ para transformar localmente as matérias-primas.
"Por outras palavras, precisamos de industrializar o nosso continente. Só assim vamos criar riqueza e bem-estar para os nossos cidadãos e emprego como principal fonte para todas as oportunidades", sustentou.
Manifestando-se "optimista" em relação ao futuro de África, o Presidente indicou que o sonho do desenvolvimento “é realizável" se se tiver em conta que outros continentes, como a Ásia, conseguiram dar o salto em menos de meio século", passando de importadores a exportadores de alta qualidade.
João Lourenço, que regressou hoje de madrugada a Luanda, esteve desde domingo em Abu Dhabi, onde participou, na segunda-feira, como convidado de honra, na cerimónia de entrega do prémio Zayed para a Sustentabilidade.
Organizado pela Masdar, Holding de Desenvolvimento Sustentável de Abu Dhabi, o encontro contará com a presença de líderes mundiais ligados às políticas públicas e com investidores, que vão discutir e procurar soluções para os desafios do sector da energia.
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