Pré-acordo da venda do EuroBic estabelece 60 dias para ‘due dilligence’
BANCA. Resultado da avaliação será determinante para fixação de forma objectiva do preço. Chineses, portugueses, ingleses e americanos continuam à espera de uma oportunidade.
Os espanhóis do Abanca têm 60 dias para avaliar os activos do Eurobic e decidir-se pela conclusão do negócio, segundo o pré-acordo de compra do banco estabelecido no último final de semana com os accionistas da instituição, apurou o VALOR.
No período (que deve ir até à primeira semana de Abril), o Abanca terá acesso ao ‘data center’ da instituição para o trabalho de ‘due dilligence’, processo que será determinante para a fixação de forma objectiva do preço final da operação. “Apesar de existir este pré-acordo de venda, depois da avaliação, eles podem desistir ou também os accionistas não concordarem com as propostas apresentadas”, explicou fonte dominadora do processo, acrescentando que, caso o negócio não seja concluído, os accionistas têm outras propostas sobre a mesa.
“Caso não se feche o negócio, os accionistas abrem a possibilidades para outros interessados. Estão investidores portugueses, ingleses, chineses, também o Fundo Americano. São muitos porque efectivamente o Eurobic é um bom banco”, referiu a fonte.
Apesar de o comunicado do banco fazer referência à “oferta vinculativa de aquisição de pelo menos 95%”, sobre a mesa está a venda da totalidade do banco, visto que “eles [Abanca] não aceitam comprar menos de 75% e aos accionistas não interessa continuar numa posição excessivamente inferior”, explicou a fonte.
A venda do banco de origem angolana foi precipitada pela decisão, a 22 de Janeiro, de Isabel dos Santos vender as suas participações (42,5%) na sequência das denúncias do ‘Luanda Leaks’. Seguiram-se inúmeros interessados e a possibilidade de outros accionistas comprarem as acções da empresária também estava sobre a mesa.
“É uma possibilidade que continua a ser considerada pelos outros accionistas”, revela a fonte, acrescentando que o pré-acordo foi estabelecido com o Abanca, porque foi o primeiro a contactar a instituição.
“O que tem sido política do Abanca é que não participamos em nenhum tipo de integração ou fusão em que não controlemos o banco. Não sabemos qual a posição dos outros accionistas [do EuroBic]. Se não houver um mínimo de 75% do controlo, não participamos”, referiu, na semana passada, o CEO da instituição espanhola.
Resultante do investimento dos accionistas do Banco Bic Angola, o Banco Bic português iniciou actividades em 2008 e, em 2014, adquiriu ao Estado português o BPN por 40 milhões de euros, operação que permitiu a sua expansão. Em Julho de 2017, é obrigado a mudar de nome, adoptando EuroBic devido ao conflito de marcas com o Banco de Investimento Global.
Além de Isabel dos Santos (42,5%) e Fernando Teles (37,5%), constam ainda, da estrutura accionista, Luís Cortez dos Santos, Manuel Pinheiro Fernandes e Sebastião Bastos Lavrador, todos com 5%, igual participação reservada a um grupo que aparece designado como outros. Os números de 2018 da instituição indicam que o resultado do banco cresceu cerca de 70%, em 2018, passando de 25 para 42,5 milhões de euros.
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