Preços ‘afugentam’ clientes
Os preços de uma das principais iguarias de Angola, o mufete, têm estado a ‘afugentar’ os clientes das tascas em Luanda. Consideram-nos altos, apesar de os vendedores afirmarem “que o valor até baixou, e justificam as queixas dos clientes com o “fraco poder de compra” que hoje se regista.
Na Chicala, por exemplo, o preço médio de um mufete (acompanhado de feijão, banana, batata e a típica salada de cebola picada) varia de entre 5 e 7 mil kwanzas, havendo outros pratos que chegam a custar 15 mil kwanzas.
Sete Alexandre, supervisor de uma taberna na Chicala, recorda que há alguns anos, uma refeição era comercializada a entre 12 e 14 mil kwanzas “e quase que ninguém reclamava”. “Uma dose de mufete de bacalhau, tamanho médio, que hoje está a 7 mil, antes da pandemia, chegava aos 10 mil kwanzas, esclarecendo que a decisão de baixar os preços se deveu à necessidade de manter o negócio face à tendência de redução dos clientes.
Nos tempos “áureos”, lembra Sete Alexandre, chegava a comercializar numa segunda e/ou terça-feira, dias de menos movimentos, cerca de vinte peixes. Hoje, no entanto, não passam, em média, de quatro a cinco peixes. O número de clientes também reduziu de 40, antes da covid-19, para 10 a 15 por dia. Como consequência, as receitas reduziram para cerca de 50%, passando de 600 mil para 300 mil kwanzas.
O mesmo cenário também se verifica no embarcadouro do Mussulo e na Praia Amélia, no distrito da Samba. Nos dois casos, as vendedoras admitem aumentos significativos e apontam como principais causas a subida do pescado no mercado e a fraca procura por parte dos consumidores.
Helder Félix, dono de uma tasca na Praia Amélia, observa que este segmento de negócio é “bastante relativo”, uma vez que “a falta de peixe torna a iguaria mais cara.
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