Presidente João Lourenço aproveitou o seu discurso na 79.ª Sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas, que decorre em Nova Iorque, Estados Unidos da América, para se queixar que muitos países têm “incompreensivelmente” dificultado a pretensão de Angola de ter acesso a fundos que terão supostamente sido desviados dos cofres do Estado e que se encontram sob controlo destes países.

“No que diz respeito à recuperação de activos, tivemos dois casos de sucesso, em que contámos com a atitude bastante responsável e de respeito à nossa soberania por parte das Autoridades do Reino Unido, que devolveram a Angola 2.5 mil milhões de dólares americanos que estavam num Banco em Londres, sendo justo reconhecê-lo publicamente a partir desta tribuna mundial.”

Continuando, salientou existirem, entretanto, muitos casos de insucesso. “Lamentavelmente nem todos os países que aceitaram receber esses activos da corrupção, sem questionar na altura as origens dos mesmos, respeitam hoje as sentenças dos nossos tribunais que são de cumprimento obrigatório.”

Segundo João Lourenço,  “alguns desses países se arrogam mesmo ao direito de questionar a credibilidade” dos tribunais angolanos, “quase que querendo rever as sentenças emitidas pelos mesmos, como se de órgãos de apelação extraterritoriais se tratassem”.